O MASP — Museu de Arte de São Paulo apresenta, de 16 de maio a 19 de outubro de 2025, a exposição Frans Krajcberg: reencontrar a árvore. A mostra reúne mais de 50 obras de grande porte que revelam o engajamento ambiental do artista e sua originalidade ao incorporar elementos naturais em esculturas, relevos, gravuras e pinturas.
+ Leia Também + Biografia de Frans Krajcberg revela o homem por trás do artista
Com curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico do MASP, e Laura Cosendey, curadora assistente, a exposição oferece uma leitura ampla da produção de Krajcberg. Polonês naturalizado brasileiro, ele foi um dos pioneiros na fusão entre arte e ecologia no Brasil. Suas obras abordam temas como queimadas, desmatamento e devastação ambiental, sempre utilizando materiais como raízes, cipós, troncos calcinados e pigmentos naturais.
Ao transformar resíduos florestais em arte, Krajcberg rompeu com as convenções da escultura tradicional e fundiu campos distintos como gravura e pintura. Um exemplo marcante é A flor do mangue, de cerca de 1970, feita com madeira de manguezal e pigmento de piche. A obra chama atenção pela forma sinuosa e pelo alerta que evoca sobre a fragilidade dos ecossistemas.
Segundo a curadora Laura Cosendey, a proposta do artista era superar os limites da moldura. “A escultura é a própria árvore, formada por elementos naturais justapostos. Ele não apenas representava a natureza, mas a incorporava ao próprio corpo da obra”, afirma.
A exposição também destaca momentos decisivos da vida de Krajcberg. Em 1978, uma viagem pela Amazônia causou-lhe o chamado “choque amazônico”, diante da exuberância da floresta. Anos depois, no Mato Grosso, o artista se deparou com os efeitos das queimadas, o que intensificou seu ativismo ambiental. A frase “reencontrar a árvore” sintetiza sua busca por uma arte que retome o contato vital com a natureza.
A mostra integra o eixo curatorial Histórias da Ecologia, programação temática anual do MASP. Em 2025, o ciclo também contará com exposições de Abel Rodríguez, Claude Monet, Clarissa Tossin, Hulda Guzmán, Minerva Cuevas e Mulheres Atingidas por Barragens.
Sobre o artista
Frans Krajcberg (1921–2017) nasceu na Polônia e perdeu sua família no Holocausto. Após a Segunda Guerra Mundial, estabeleceu-se no Brasil, onde desenvolveu uma trajetória artística marcada pela consciência ecológica. A partir da década de 1960, realizou expedições à Amazônia e ao Pantanal, recolhendo restos de árvores queimadas para suas obras. Em 1978, redigiu o Manifesto do Naturalismo Integral, em parceria com Pierre Restany e Sepp Baendereck. Viveu os últimos anos em Nova Viçosa (BA), em meio à Mata Atlântica.
Catálogo
Um catálogo bilíngue será lançado durante a exposição, com capa dura e ilustrações das obras. A edição reúne textos inéditos de Laura Cosendey, Felipe Scovino, Malcolm McNee, Paulo Herkenhoff e Patricia Vieira, sob organização editorial de Adriano Pedrosa e Cosendey.
Frans Krajcberg: reencontrar a árvore é realizada com apoio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, patrocínio da Vivo, apoio de Mattos Filho e apoio cultural da Henry Moore Foundation e do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC).
Frans Krajcberg: reencontrar a árvore
Curadoria: Adriano Pedrosa (MASP) e Laura Cosendey (MASP)
Onde: MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Avenida Paulista, 1578 – São Paulo, SP)
Quando: 16 de maio a 19 de outubro de 2025
Quanto: R$ 75 (inteira) / R$ 37 (meia-entrada) – entrada gratuita às terças e sextas em horários específicos
Agendamento obrigatório: masp.org.br/ingressos
Horários:
– Terça: 10h às 20h (grátis até 19h)
– Quarta a quinta: 10h às 18h
– Sexta: 10h às 21h (grátis das 18h às 20h30)
– Sábado e domingo: 10h às 18h
– Fechado às segundas-feiras