Enquanto capta recursos para o seu primeiro longa de ficção — Cuddle, estrelado por Willem Dafoe e rodado no Brasil —, a cineasta Bárbara Paz apresenta o documentário “Rua do Pescador, nº6”, sobre as consequências das enchentes no Rio Grande do Sul. O filme será exibido na 27ª edição do Festival do Rio 2025, dentro da mostra Première Brasil: Estado das Coisas – Especial COP 30.

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Após estrear mundialmente na Competição Oficial do É Tudo Verdade, o documentário conquistou os prêmios de Melhor Desenho de Som (Rodrigo Ferrante e André Tadeu) e Melhor Trilha Musical (Renato Borghetti) no Festival de Gramado. Também venceu o prêmio de Melhor Longa-Metragem Ambiental no Festival de Cinema Sul-Americano de Bonito (Cinesur).

Exibições e debates

Ainda em outubro, o longa será apresentado na Bienal de Arquitetura, na seção Extremos, e no Museu do Amanhã, em sessões seguidas de debates sobre a crise climática — tema central da COP 30, que será realizada em Belém em 2025. No dia 15 de outubro, a circulação internacional do filme segue com exibição competitiva no LABRFF – Los Angeles Brazilian Film Festival.

Um retrato após o desastre

Gravado em junho de 2024, o filme acompanha o cotidiano de moradores do interior e da região metropolitana de Porto Alegre, após as enchentes que devastaram o estado.
“É um retrato de uma ilha de pescadores devastada pela enchente”, explica Bárbara Paz. Diante da tragédia, a diretora optou por formar uma equipe composta em 90% por profissionais gaúchos, a maioria também afetada pela inundação.

Memória e reconstrução

O documentário registra a luta de pessoas que perderam suas casas na maior catástrofe climática da história do Rio Grande do Sul — evento que atingiu 95% do território estadual, afetando 470 cidades e 497 municípios, e deixando mais de 600 mil desabrigados.

Logo após as águas baixarem, a equipe de produção percorreu as áreas mais atingidas, especialmente a Ilha da Pintada, em Porto Alegre. O cenário encontrado lembrava uma zona de guerra: lixo espalhado pelas ruas, areia cobrindo bairros inteiros e casas destruídas.
Em meio à devastação, surgiu a força de uma comunidade empenhada em reconstruir seu território e seu senso de pertencimento.

um olhar humano s

obre o “depois do fim” vivido por tantas famílias

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Sandro Moser é jornalista e escritor.

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