A roda Samba do Trabalhador chega aos 20 anos reafirmando sua força como um dos redutos mais importantes do samba carioca. A celebração ganha forma no álbum “Moacyr Luz & Samba do Trabalhador – 20 anos”, lançado nesta quinta-feira (21) pela gravadora Biscoito Fino. O disco marca a sexta produção do coletivo criado em 2005 pelo compositor Moacyr Luz, no tradicional Clube Renascença, reduto boêmio da zona norte do Rio de Janeiro.

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O novo trabalho reúne Moacyr a um time de bambas que há anos sustenta a roda de segunda-feira: Alexandre Marmita (cavaquinho e voz), Daniel Neves (violão de sete cordas), Gabriel Cavalcante (cavaquinho e voz), Júnior de Oliveira (percussão), Leandro Pereira (violão), Mingo Silva (percussão e voz) e Nilson Visual (percussão). A reunião confirma o caráter coletivo do grupo que, ao longo de duas décadas, formou público fiel e gerou repertório próprio.

O álbum traz 16 faixas entre inéditas e regravações de sambas que marcaram a trajetória de Moacyr Luz. Algumas delas foram apresentadas há 22 anos no clássico “Samba da cidade” (2003), como Tudo que vivi, Vila Isabel, Vinte-e-sete-zero-nove e Mitos cariocas – Lan. As parcerias incluem nomes que moldaram a história recente do samba, como Wilson das Neves, Martinho da Vila, Nei Lopes e Aldir Blanc.

Aldir, morto em 2020 e um dos parceiros mais férteis de Moacyr, tem presença especial no projeto. Ele assina a letra de Cachaça, árvore e bandeira (1998) e também de Dezesseis, música inédita iniciada por Moacyr a partir de versos entregues pela viúva do poeta tijucano. A faixa ganha ainda a participação da cantora Marina Iris.

As inéditas reforçam a vitalidade da roda. Estão no disco Vai clarear (Moacyr Luz, Mingo Silva, Nego Álvaro e Alexandre Marmita) e novas colaborações com nomes de peso: Xande de Pilares, em Se babar, babou (com voz de Alexandre Marmita); Pedro Luís, em Água Santa (com feat do próprio Pedro); Sereno, em Eu fiz um samba pra Bahia (com participação de Joyce Moreno); e Dunga, em Todo santo dia, interpretada pelo próprio compositor.

Com direção artística de Gabriel Cavalcante, o disco foi gravado com produção musical e arranjos de Leandro Pereira, reforçando a identidade musical construída ao longo das segundas-feiras no Renascença. O resultado revisita a memória afetiva da roda e, ao mesmo tempo, renova o repertório de um coletivo que já se tornou patrimônio afetivo da música brasileira.

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