Exposição reúne 800 obras e discute a memeficação do país com humor, crítica e arte contemporânea

Neste mês de dezembro, o CCBB Brasília abriu a primeira exposição brasileira dedicada ao impacto cultural e social dos memes: MEME: no Br@sil da memeficação. Com curadoria de Clarissa Diniz e Ismael Monticelli, em parceria com o perfil @newmemeseum, a mostra permite ao público a explorar como os memes narram o Brasil contemporâneo com humor, crítica e experimentação.

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Após estrear em São Paulo, a exposição chega à capital federal com cerca de 800 itens de 200 criadores, reunindo cultura digital, arte contemporânea e crítica social. A mostra ocupa as galerias 3 e 5 e o Pavilhão de Vidro do CCBB Brasília até 1º de março de 2026. A visitação ocorre de terça a domingo, das 9h às 21h, com entrada gratuita mediante retirada de ingressos.

Foto: divulgação

A mostra articula artistas consagrados, como Anna Maria Maiolino, Gretta Sarfaty, Nelson Leirner e Claudio Tozzi, e criadores digitais como Blogueirinha, Porta dos Fundos, Alessandra Araújo, Melted Vídeos, John Drops e Greengo Dictionary. O diálogo entre linguagens revela como memes e arte se encontram na tarefa de contar histórias sobre o Brasil.

Os curadores sintetizam a força dessa linguagem:
Memes não são só piadas. Eles são formas de discutir política, cultura e relações sociais em tempo real”, afirma Clarissa Diniz. “Enquanto fazemos memes, os memes refazem o Brasil”, destaca Ismael Monticelli.

O CEO da BB Asset, Gustavo Pacheco, reforça a relevância do tema: “Apoiar uma exposição que investiga os memes é reconhecer a força das novas formas de comunicação e expressão cultural no Brasil.”

O meme antes do meme

Organizada em cinco núcleos — Ao pé da letra, A hora dos amadores, Da versão à inversão, O eu proliferado e Combater ficção com ficção —, a mostra propõe um percurso imersivo sobre a linguagem memética. O prólogo Alisa meu pelo e o epílogo Memes: o que são? Onde vivem? Do que se alimentam? completam a narrativa expositiva.

Foto: divulgação

O público encontrará vídeos, esculturas, pinturas, roupas, quadrinhos, instalações sonoras, neons, objetos e experiências interativas. A cenografia reforça a natureza multissensorial dessa linguagem que ultrapassa a internet.

Monticelli explica que a mostra não busca catalogar o humor nacional, mas investigar os memes como “uma linguagem viva que transborda a internet e afeta diretamente nossas formas de pensar, sentir e agir”. Eles funcionam como dispositivos de memória, disputa e pertencimento.

Foto: divulgação

Para Clarissa Diniz, a exposição instiga perguntas fundamentais:
Será que a vocação memética do Brasil começou com os memes digitais? Ou já se anunciava no carnaval, nos bordões de TV, nas pichações e nos outdoors?

Expansão digital

A experiência também se estende às redes sociais. Em parceria com o @newmemeseum, conteúdos exclusivos serão publicados online, ampliando o alcance da mostra e estimulando novos debates sobre cultura digital, crítica e visualidade contemporânea.

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Sandro Moser é jornalista e escritor.

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