Os espaços do Museu de Arte (MASP) e da Pinacoteca de São Paulo são o palco de três exposições imperdíveis de artistas da primeira prateleira da arte contemporânea mundial. Saiba abaixo por que as exposições da brasileira Lygia Clark, do irlandês Francis Bacon e da chilena Cecilia Vicuña são imperdíveis.

Lygia Clark: Projeto para um Planeta

Lygia Clark (1920-1988) é nome fundamental da arte brasileira contemporânea que ajudou ampliar linguagens e criar vínculos com as questões socioculturais e a engajar todos, artistas ou não, na experiência de criar.

A mostra “Lygia Clark: Projeto para um planeta” ocupa sete galerias da Pina Luz com mais de 150 obras que demonstram o legado dos mais de 30 anos de carreira da artista apresentando obras como Projeto para um planeta (1960) – da série Bichos, que dá nome à exposição e que chama o público para participar manuseando a mais célebre obra.

Vinte Bichos originais são reunidos pela primeira vez em mais de uma década e obra Maquete para interior nº 3 (1955), foi remontada em grande escala especialmente para a Pinacoteca.

As duas últimas salas da exposição apresentam trechos de filmes, fotos e documentos que exibem as propostas individuais e agenciamentos coletivos de Clark e, complementando a exposição, a sala de vídeo recebe o filme O mundo de Lygia Clark” (1973).

Serviço

Local: Pinacoteca Luz (1º andar)

Data: de 2 de março de 2024 até 4 de agosto de 2024

Endereço: Praça da Luz, 2, São Paulo — SP.

Horário de funcionamento: de quarta a segunda, das 10h às 18h. Quintas-feiras com horário estendido B3 na Pina Luz, das 10h às 20h (gratuito a partir das 18h).

Última Semana Francis Bacon

Esta é a última semana para ver a mostra do artista britânico Francis Bacon (1909-1992), conhecida por explorar a beleza e a fragilidade da carne humana.

O pintor irlandês foi um dos artistas mais extraordinários do século 20 e esta é a primeira exposição individual no Brasil dedicada a sua obra. Ao criar um conjunto de pinturas tão radical quanto arrebatador, o artista revolucionou o modo de pintar a figura humana.

Durante seis décadas, Bacon retratou amigos da boemia e da vida cultural londrina e mesmo que sua obra não possa ser considerada estritamente autobiográfica, ela é carregada de traços de suas experiências pessoais, seus desejos e seus relacionamentos.

A produção de Bacon acompanhou mudanças significativas no contexto social britânico, no qual atos sexuais entre pessoas do mesmo sexo eram ilegais até 1967. Sua obra também foi marcada por uma certa ambiguidade entre a excitação e a violência.

Francis Bacon: a beleza da carne apresenta de modo pioneiro um foco queer sobre a obra do artista, com 23 pinturas produzidas entre 1947 e 1988.

O subtítulo da exposição provém de uma fala do artista (reproduzida na parede da primeira sala) em uma entrevista ao crítico de arte David Sylvester, realizada em 1966, na qual Bacon expressa sua admiração pela beleza impactante das peças de carne penduradas em um açougue.

A mostra integra a programação anual do MASP dedicada às Histórias da diversidade LGBTQIA+.

Serviço:

Francis Bacon: a beleza da carne
MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Av. Paulista, 1578 – Bela Vista, São Paulo)
Curadoria: Adriano Pedrosa e Laura Cosendey
Assistente de curadoria: Isabela Ferreira Loures
Visitação: 27 de março a 27 de julho. Horário: terça de 10h às 20h. Quarta a domingo de 10 às 18h.

Cecilia Vicuña

É impossível dissociar o trabalho da artista chilena Cecília Vicuña de sua consciência ambiental ecofeminista e pela sabedoria indígena. A exposição Sonhar a água — Uma retrospectiva do futuro (1964…)” celebra sua trajetória de mais de 50 anos com peças que evocam a conexão entre natureza e cultura.

Cecilia Vicuña é poeta, artista visual e ativista feminista. Boa parte de sua produção se volta para sua relação com seu país natal, a cordilheira dos Andes, as lutas feministas, a memória têxtil pré-colombiana e a emancipação das comunidades indígenas.

A mostra com curadoria é do peruano Miguel López e reúne pinturas, fotografias, vídeos, peças sonoras, esculturas e instalações da artista para a Pina Contemporânea. Um de seus trabalhos mais emblemáticos, Menstrual (2006), pode ser visto pelo público pela primeira vez no Brasil.

Essa é a primeira grande mostra da artista chilena no Brasil, reúne cerca de 200 obras que abrangem os 60 anos de sua produção e apresenta  o compromisso de Vicuña com as lutas populares, o respeito aos direitos humanos e a proteção ambiental.  O nome da exposição representa um convite para mudarmos nossa relação com a terra.

 

 

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Serviço

Local: Pina Contemporânea (Grande Galeria)
Data: de 18 de maio a 15 de setembro de 2024
Endereço: Avenida Tiradentes, 273, Luz, São Paulo — SP.
Horário de funcionamento: de quarta a segunda, das 10h às 18h.

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Sandro Moser é jornalista e escritor.

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