No dia 19 de julho, em comemoração ao Dia do Cinema Nacional, a Netflix incorporou 19 títulos de filmes brasileiros ao seu catálogo. A iniciativa, chamada “Simplesmente Cinema Brasileiro”, surpreendeu, pois o acervo do streaming costuma privilegiar lançamentos exclusivos e filmes feitos nos últimos cinco anos.

Dessa vez, no entanto, revisitou clássicos nacionais da década de 1950, filmes marcantes da história do cinema nacional, além de algumas produções independentes e autorais contemporâneas.

O destaque vai para clássicos como “São Paulo Sociedade Anônima” (1965), de Luís Sérgio Person, um drama industrial considerado um dos 100 melhores filmes do país pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Outros destaques incluem “Rio, 40 Graus” (1955) e “Vidas Secas” (1963), ambos de Nelson Pereira dos Santos.

Filmes marcantes do período da “retomada” do cinema nacional também estão presentes, como “A Ostra e o Vento” (1997), de Walter Lima Jr., “Terra Estrangeira” (1995), de Walter Salles e Daniela Thomas, e “Central do Brasil” (1998), que deu a Fernanda Montenegro sua única indicação ao Oscar.

Há ainda um dos mais cultuados filmes dos anos 1980, “A Hora da Estrela” (1985), que percorreu festivais pelo mundo e conquistou oito categorias da premiação do Festival de Gramado.

Documentários

Além dos filmes de ficção, uma ótima amostra de documentários está disponível na Netflix, fazendo uma retrospectiva da carreira de Eduardo Coutinho, o mais célebre documentarista do país. O catálogo inclui os filmes “Santo Forte” (1999), “Jogo de Cena” (2007), “As Canções” (2011) e “Últimas Conversas” (2015), lançado postumamente.

Além de Coutinho, outras obras conceituadas da não ficção integram a novidade, como “Entreatos” (2004), “Uma Noite em 67” (2010), “A Luz do Tom” (2013) e “No Intenso Agora” (2017).

Títulos Novos 

Os filmes que completam a lista são títulos mais recentes da dramaturgia nacional, com destaque para “Mutum” (2007) e “Pacarrete” (2019), um comovente retrato de uma senhora que, na terceira idade, almeja viver de arte e dança na cidade natal que havia abandonado.

O mais novo dos longas adicionados é “Sem Coração”, recém-exibido nos cinemas do país. Selecionado pelo Festival de Veneza de 2023, o drama se passa durante o verão de 1996, em Alagoas, e mistura o amadurecimento de uma jovem com a paixão que desenvolve por uma misteriosa conterrânea apelidada de “Sem Coração”.

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Sandro Moser é jornalista e escritor.

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