Estreia nesta quarta-feira (24) o espetáculo teatral “O Massacre de Angico – A Morte de Lampião”, que recria as horas finais do mais célebre cangaceiro brasileiro. Até o próximo domingo, sempre às 20h, na Estação do Forró, em Serra Talhada, o espetáculo revive a saga de Lampião e Maria Bonita na mesma região do sertão de Pernambuco onde o “rei do cangaço” nasceu e formou seu bando. A entrada é gratuita em qualquer um dos cinco dias de apresentações.

Com a estrutura de um auto e direção de Izaltino Caetano, a peça promete ser o “maior evento de teatro no sertão pernambucano”, contando com um elenco de 30 atores e 70 figurantes. Do espetáculo criado em 2012 pelo diretor José Pimentel, resta o nome e o ator Karl Marx como protagonista, pois o texto foi atualizado pelo historiador Anildomá Willans de Souza, renomado pesquisador da história do cangaço.

Neocangaceira

A atriz Bruna Florie interpreta Maria Bonita pela primeira vez. “A experiência de interpretar uma personagem tão forte tem sido um presente muito especial. Me permite pensar o território, o sertão pajeuzeiro, pela perspectiva do povo forte, que por aqui passou, e lutou pelo coletivo e pela justiça social. Considero-me uma espécie de ‘neocangaceira’ porque também luto por igualdade social. Porém, nossas armas são: a educação, a arte e a cultura”, comentou Bruna ao jornal Folha de Pernambuco.

Foto de Maria Bonita com seus cachorros. Acervo Museu do Cangaço

História do Cangaço

O espetáculo reconta a vida de Virgolino Ferreira, desde a infância violenta em Serra Talhada até a emboscada e morte na grota de Angicos, no Sergipe, em julho de 1938. O texto enfatiza as circunstâncias sociais e históricas que criaram as condições para o surgimento do cangaço e que fizeram Lampião e seu bando serem amados e temidos ao mesmo tempo. Para saber mais sobre a saga de Lampião, vale a pena conhecer o site do Museu do Cangaço.

Foto das cabeças do Lampião e seu bando. Acervo Museu do Cangaço

“O Massacre de Angico – A Morte de Lampião” é uma produção e realização da Fundação Cultural Cabras de Lampião, com incentivo cultural do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura), através da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE), Governo de Pernambuco.

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Sandro Moser é jornalista e escritor.

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