Com informações do Diário de Pernambuco

Festa laica e folguedo popular. Grande negócio da economia criativa e espaço de manifestação política.  Tudo isso ao mesmo tempo e muito mais.

O Carnaval é a manifestação social mais antiga ainda viva nos países de orientação católica do Ocidente. No Brasil, é a maior e mais importante festa popular do país, com características distintas em cada região. Mas, passa, claramente por mudanças profundas de sentido e modo de fazer.

Para discutir a raiz das transformações na festividade popular diante das mudanças sociais e culturais no século 21, especialmente em Pernambuco e na região nordeste será realizado o Seminário Nacional País do Carnaval.

Aberto ao público, o evento na Fundação Joaquim Nabuco Derby ocorre entre os dias 13 e 15 de agosto e tem curadoria de Silvana Meireles e Renato L e produção de Janaína Guedes, com incentivo da Lei Paulo Gustavo, por meio do Ministério da Cultura e da Prefeitura da Cidade do Recife.

“É comum ouvirmos que o ano só começa depois do carnaval. Provavelmente essa festa seja um dos acontecimentos culturais mais populares do país”, afirmou Silvana Meireles à reportagem do Diário de Pernambuco. “Em cidades como Salvador, Recife, Olinda e Rio de Janeiro, o carnaval extrapola o calendário oficial. E em outras, onde esse ciclo cultural não possuía tanta força, como Belo Horizonte e São Paulo, assistimos a um crescimento significativo nos últimos anos. Com o seminário, pretendemos discutir as diferentes dinâmicas da tradicional festa nesses lugares, os desafios de organizá-la e geri-la e suas implicações sociais e econômicas”, disse a curadora.

Tradição X Contemporaneidade

A primeira mesa do evento vai debater as várias facetas do carnaval, desde a festa feita pela comunidade até a indústria cultural que a cerca. Terá como convidados o reitor da Universidade Federal da Bahia, Paulo Cesar Miguez de Oliveira, e a pesquisadora da Fundaj, Rita de Cássia Araújo.

Para falar sobre ‘Tradição x Contemporaneidade’ nos carnavais de Salvador e Rio de Janeiro estão convidados o arquiteto e mestre em Cultura e Sociedade, Zulu Araújo, e a presidente da Associação Independente dos Blocos de Carnaval de Rua do Rio de Janeiro, Rita Fernandes.

No segundo dia de seminário, Olinda e Ouro Preto serão dois casos debatidos na mesa sobre carnavais em Cidades Históricas. Como palestrantes, virão o ex-secretário de Cultura e Turismo de Ouro Preto (MG), Chiquinho de Assis, e a ex-secretária de Cultura de Olinda, Márcia Souto.

Na segunda mesa do dia, o carnaval do Recife no novo milênio será tema da conversa precedida de palestras do idealizador do Carnaval Multicultural e ex-secretário de Cultura do Recife, Roberto Peixe, e do mestre em Antropologia, Rafael Moura de Andrade.

No terceiro e último dia de evento, acontecem as mesas ‘Eu quero é botar meu bloco na rua: casos São Paulo e Belo Horizonte’ e ‘Carnaval e música na era digital’. A primeira terá como convidados o professor Guilherme Varella, da UFBA, e o pesquisador mineiro Bernardo da Mata Machado.

Os dois são autores de obras sobre políticas públicas culturais e, logo depois do debate, vão lançar seus livros. Para finalizar o evento, a última mesa contará com o músico pernambucano Siba e o baiano Russo Passapusso, que arrebanha multidões com o seu Baiana System, num debate sobre a música de carnaval na era digital.

SERVIÇO

Seminário Nacional País do Carnaval

Local: Fundação Joaquim Nabuco Derby, Recife – PE

Data: 13 a 15 de agosto de 2024

Entrada: Gratuita

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Sandro Moser é jornalista e escritor.

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