A atriz Cláudia Abreu não teve medo de mergulhar na vida e na obra de Virgínia Woolf (1882-1941). Durante 5 anos, ela pesquisou a biografia e a produção da escritora, marcada por textos brilhantes e tragédias pessoais.

Entre a lucidez e a loucura da artista britânica, ela idealizou e montou a peça Virgínia, que chega a Curitiba para três sessões: na sexta (30) e sábado (31), às 20h30, e no domingo (1°), às 19h, no Guairinha.

Com direção de Amir Haddad, este é o primeiro monólogo da carreira de Cláudia Abreu, mas não é seu primeiro encontro com Virgínia no palco. Aos 18 anos, ela esteve numa montagem de “Orlando”, dirigida por Bia Lessa, e desde então, a relação com a autora de “As Ondas” se tornou muito próxima.

Paixão e Cacos

Mas foi a partir de 2016 que a atriz reencontrou e mergulhou de cabeça no universo da autora. Após ler e reler alguns livros, incluindo as memórias, biografias e diários, a vontade de escrever sobre Virgínia ficou insuperável.

“Eu me apaixonei por ela novamente. Fiquei fascinada ao perceber como uma pessoa conseguiu construir esta obra brilhante com tanto desequilíbrio, tragédias pessoais e problemas que teve na vida. Como ela conseguiu reunir os cacos?”, pergunta Cláudia.

A dramaturgia de Virgínia foi concebida como um inventário íntimo da vida da autora. Em seus últimos momentos, ela rememora acontecimentos marcantes em sua vida, a paixão pelo conhecimento, os momentos felizes com os queridos amigos do grupo intelectual de Bloomsbury, além de revelar afetos, dores e seu processo criativo.

Vozes Internas

Em seu primeiro monólogo, atriz interpreta Virginia Woolf com direção de Amir Haddad. Foto: Pablo Henriques/Divulgação

A estrutura do texto se apoia no recurso mais característico da literatura da escritora: a alternância de fluxos de consciência, capaz de ‘dar corpo’ às vozes reais ou fictícias, sempre presentes em sua mente.

“Fazer o monólogo foi uma opção natural neste processo, pois todas as vozes estão dentro dela. Eu nunca quis estar sozinha, sempre gostei do jogo cênico com outros colegas, mas a personagem me impeliu a isso”, disse.

Serviço:

Virgínia, com Cláudia Abreu
Quando: De 30 de agosto a 01 de setembro. Sexta e sábado às 20h30 e domingo às 19h
Onde: Salvador de Ferrante (Guairinha)
Quanto: Disk Ingressos

0 0 votos
Classificação do artigo
Inscrever-se
Notificar de

0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
Compartilhar.

Sandro Moser é jornalista e escritor.

Patrocínio

Realização

Fringe é uma plataforma de comunicação e entretenimento sobre arte e cultura brasileiras criada dentro do Festival de Curitiba e conta com o patrocínio da Petrobras

wpDiscuz
0
0
Deixe seu comentáriox
Sair da versão mobile