DESERTO é a primeira montagem brasileira baseada nas obras e memórias do premiado escritor chileno Roberto Bolaño (1953-2003), um dos maiores autores latino-americanos do século 21.
Com direção e dramaturgia original de Luiz Felipe Reis e atuação de Renato Livera, que concorre ao Prêmio Shell 2024 pelo papel, o espetáculo está em cartaz até 5 de outubro, de quinta a domingo, no Teatro Firjan SESI Centro.
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A peça oferece uma experiência de múltiplas linguagens, articulando literatura, poesia, música, e instalações de luz e vídeo, elementos característicos dos trabalhos da Polifônica, companhia de Reis.
Em cena, Renato Livera incorpora a figura do escritor, dando corpo e voz às suas palavras, extraídas de obras como A universidade desconhecida, 2666, O gaúcho insofrível, Entre parêntesis e Bolaño por si mesmo.
A montagem enfoca os últimos anos de vida do autor, período em que ele finalizava sua obra-prima, 2666, enquanto relembrava sua jornada de vida, desde a saída do Chile aos 15 anos, passando por aventuras no México e América Latina, até fixar-se na Espanha.
América Latina
A peça recompõe os rastros dessas viagens, refletindo sobre a relação de Bolaño com a escrita, a poesia e a história política da América Latina. A peça destaca o espírito inconformado do autor frente às injustiças, à violência, ao machismo e às opressões do sistema capitalista.
Ao propor um diálogo entre arte e vida, o espetáculo questiona o papel da poesia e dos poetas em meio à violência do mundo contemporâneo. Para o diretor, a peça é uma reflexão sobre o processo de desertificação de tudo o que é vital, afirmando a poesia como uma forma de vida mais lúdica e criativa.
“DESERTO reverbera o questionamento central na obra de Bolaño sobre a viabilidade da poesia em meio à devastação do mundo atual”, comenta Luiz Felipe Reis.
Serviço
Deserto
Onde: Teatro Firjan SESI Centro.
Quando: até 06 de outubro de 2024. Quintas e sextas, às 19h. Sábados e domingos, às 18h.
Quanto: R$ 40 (inteira) | R$ 20 (meia)