O eixo de Sued Nunes, cria do Recôncavo Baiano e nova voz da MPB, foi traçado pela representatividade do Candomblé. Uma aura de pertencimento que fica ainda mais evidente no segundo álbum da cantora, Segunda-Feira, lançado no fim do mês passado.

Sued Nunes mistura MPB com candomblé em novo álbum. Foto: Thiago Rosariie

“Nem tenta, mandei um recado já tá tatuado de corpo fechado nem tenta” diz na faixa autointitulada Nem Tenta. A força da fórmula rítmica tocadas por tambores, comuns a terreiros da religião de matriz africana, se une a instrumentos de cordas em uma produção primorosa de Issa Mulumba com arranjos de percussão de Ícaro Sá.

 “É impossível a música nesse território sem o batuque, as claves de tempo, a rítmica dos cultos africanos. Depois que você acessa de fato sua história, ora batendo palma e pede caminhos abertos dançando é até mais fácil dizer que não há encontro porque música e fé por aqui nunca se separaram”, contou ao portal Papel Pop.

Com 10 faixas, o álbum ainda conta com a participação de  Dona Dalva do Samba e do grupo nigeriano Kabusa Oriental Choir, além de uma versão de Deixa o Menino Jogar, composta e gravada originalmente pelo grupo de reggae Natiruts.

Os primeiros shows de lançamento do álbum Segunda-Feira  estão marcados para os dias 1 de novembro no Pelourinho, em Salvador e 14 de novembro na Casa Natura Musical, em São Paulo.

Quatro músicas de Segunda-Feira que você não pode deixar de ouvir: 

Eixo

Bobeira

Nem Tenta

Palavra Perdida/Se Essa Rua Fosse Minha

O disco é uma realização da Giro Planejamento Cultural com patrocínio da Natura Musical e do Governo do Estado da Bahia.

 

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Jornalista, DJ e especialista em música brasileira

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