A Fundação Biblioteca Nacional expõe até 22 de janeiro o que muitos consideram a primeira história em quadrinhos brasileira. A relíquia faz parte da exposição “Sisson — 200 anos”, que comemora o bicentenário do ilustrador Sébastien Auguste Sisson.

O artista francês viveu no Rio de Janeiro no século XIX e publicou, em 1855, na revista Brasil Illustrado, uma sequência de oito ilustrações que satirizam, de forma humorística, o início e o fim dos relacionamentos amorosos da época.

Sébastien Auguste Sisson, o francês pioneiros dos quadrinhos no Brasil. Foto: Acervo FBN

Chamada de “O namoro, quadros ao vivo”, a sequência é considerada hoje uma história em quadrinhos, embora o conceito ainda não existisse naquele tempo. O pioneirismo de Sisson só foi reconhecido em meados do século XX, quando a série foi redescoberta por historiadores.

Controversa

“O namoro, quadros ao vivo” foi exibida nos anos 1950 na Biblioteca Nacional, recebendo elogios do poeta Carlos Drummond de Andrade, conforme relembrou a curadora Bárbara Ferreira em entrevista ao repórter Bolívar Torres, do Jornal O Globo.

Um recorte do primeiro quadrinho do litografista Sisson. Foto: Acervo FBN

Segundo a matéria de Torres, não há consenso sobre qual seria a primeira HQ do mundo. Alguns especialistas acreditam que as HQs surgiram em 1895, com The Yellow Kid, nos EUA, publicado no New York World. Outros sugerem que o formato já existia em representações do Egito Antigo. No Brasil, também há divergências sobre o pioneiro do gênero.

Retratos Litografados

Sisson, de qualquer forma, foi um dos primeiros litógrafos do Brasil. Nascido no leste da França, ele abriu um ateliê no Rio de Janeiro em 1852, rapidamente se tornando um dos artistas mais requisitados do Império. A exposição na Biblioteca Nacional exibe sua especialidade: o retrato litografado.

A mostra reúne mais de cem portraits de personalidades brasileiras do século XIX, como o escritor José de Alencar e o imperador D. Pedro II, que condecorou Sisson por sua contribuição artística. Ao falecer, em 1898, o artista deixou a maior coleção de retratos originais publicada no Brasil.

Exposição Sisson — 200 anos

Onde: Biblioteca Nacional

Quando: até 22 de janeiro

Quanto: entrada gratuita

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