A Fundação Biblioteca Nacional (FBN), entidade vinculada ao Ministério da Cultura, anunciou o resultado da análise dos jurados para o Prêmio Literário Biblioteca Nacional 2024.
Em sua 30ª edição, o prêmio visa reconhecer a qualidade intelectual das obras publicadas no Brasil, sendo um dos mais prestigiados e democráticos do país. Com inscrições gratuitas e prêmios de R$ 30 mil em cada uma das doze categorias, o Prêmio Literário Biblioteca Nacional reforça seu compromisso com a valorização da literatura brasileira.
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O prêmio de maior repercussão, o de melhor romance foi vencido pelo livro Sodomita de Alexandre Vidal Porto, lançado pela Companhia das Letras. No livro, o autor que também é diplomata parte de um evento histórico. Em 1669, o violeiro português Luís Delgado foi julgado pela Inquisição pelo “crime de sodomia” — como a Igreja referia-se então à homossexualidade — cometido por ele na prisão. Após ser humilhado em público num auto de fé, acabou degredado para o Brasil.
Em Sodomita, Vidal Porto parte deste fato histórico para pensar na vivência homossexual no Brasil Colônia. Ele estreou na ficção em 2005 com “Matias na cidade”, publicado pela editora Record e é autor de Sérgio Y. vai à América (2012) e Cloro (2018), ambos publicados pela Companhia das Letras.
Em 2024, foram introduzidas as categorias Ilustração (Prêmio Carybé) e Histórias em Quadrinhos (Prêmio Adolfo Aizen), ampliando o reconhecimento às diversas expressões artísticas da literatura nacional. Outro particularidade do prêmio da Biblioteca Nacional é o Prêmio Akuli – Categoria de Tradição Oral que escolheu o livro Os indígenas, a Mãe Terra e o Bem Viver, de Ademario Ribeiro Payayá, como o grande vencedor.
Confira quem foram os vencedores de cada categoria
Categoria Conto – Prêmio Clarice Lispector
1º lugar: “Toda palavra dá samba,” de Maria Valéria Rezende (Editora Dromedário)
2º lugar: “O ninho,” de Bethânia Pires Amaro (Editora Record)
3º lugar: “Ursa menor,” de Carla Kinzo (Editora Quelônio)
Categoria Ensaio Literário – Prêmio Mário de Andrade
1º lugar: “O corpo vulnerado,” de Maria Angélica Melendi (Cobogó)
2º lugar: “Tem poeta na casa? – Mulheres negras, poetry slam e insurgências,” de Amanda Julieta (Boto-cor-de-rosa)
3º lugar: “Sobre literatura e história: Como a ficção constrói a experiência,” de Júlio Pimentel Pinto (Companhia das Letras)
Categoria Ensaio Social – Prêmio Sérgio Buarque de Holanda
1º lugar: “Longe, muito longe,” de Walter Fraga (Companhia das Letras)
2º lugar: “A transição inacabada: Violência de Estado e direitos humanos na redemocratização,” de Lucas Pedretti (Companhia das Letras)
3º lugar: “Augusto Boal e a formação do Teatro do Oprimido,” de Geo Britto (Mórula e Expressão Popular)
Categoria Histórias de Tradição Oral – Prêmio Akuli
1º lugar: “Os indígenas, a Mãe Terra e o Bem Viver,” de Ademario Ribeiro Payayá (Editora Moderna)
2º lugar: “Apytama – Floresta de histórias,” organizado por Carlos Alberto dos Santos (Editora Moderna)
3º lugar: “Poemas para curumins e cunhantãs,” de Tiago Hakiy (Editora Moderna)
Categoria Histórias em Quadrinhos – Prêmio Adolfo Aizen
1º lugar: “Damasco,” de Alexandre Sousa Lourenço e Lielson Zeni (Brasa Editora)
2º lugar: “Morte e vida Severina (quadrinhos),” de Odyr Bernardi (Companhia das Letras)
3º lugar: “Pigmento,” de Aline Zouvi (Companhia das Letras)
Categoria Ilustração – Prêmio Carybé
1º lugar: “Os filhos da coruja,” de Gustavo Magalhães (Todavia)
2º lugar: “Mergulho,” de Mariana Massarani (Editora do Brasil)
3º lugar: “Talvez você consiga,” de Anna Cunha (Companhia das Letras)
Categoria Literatura Infantil – Prêmio Sylvia Orthof
1º lugar: “Um gigante tão pequeno,” de Márcio Vassallo (Abacatte Editorial)
2º lugar: “Quando as coisas desacontecem,” de Alessandra Roscoe (Editora Gaivota)
3º lugar: “Fogo, gente!,” de Cristino Wapichana (Leiturinha)
Categoria Literatura Juvenil – Prêmio Glória Pondé
1º lugar: “Pequenos Objetos Mágicos,” de Fábio Yabu (Melhoramentos)
2º lugar: “Tempo de colher flores,” de André Zamboni (SM Educação)
3º lugar: “Pés descalços,” de Penélope Martins (Editora do Brasil)
Categoria Poesia – Prêmio Alphonsus de Guimaraens
1º lugar: “Cabeça de galinha no chão de cimento,” de Ricardo Domeneck (Editora 34)
2º lugar: “Uma volta pela lagoa,” de Juliana Krapp (Círculo de Poemas)
3º lugar: “Coruja de trapo,” de Andrey Pereira de Oliveira (CEPE Editora)
Categoria Projeto Gráfico – Prêmio Aloísio Magalhães
1º lugar: “Drácula,” de Gustavo Piqueira (Amarcord)
2º lugar: “Luiz Zerbini – Sábados, domingos e feriados,” de Gabriela Castro (Cobogó)
3º lugar: “Ardis da Arte: Imagem, Agência e Ritual na Amazônia,” de Carla Fernanda Fontana (Editora da USP)
Categoria Romance – Prêmio Machado de Assis
1º lugar: “Sodomita,” de Alexandre Vidal Porto (Companhia das Letras)
2º lugar: “Caminhando com os mortos,” de Micheliny Verunschk (Companhia das Letras)
3º lugar: “Farejador de águas,” de Maria José Silveira (Instante)
Categoria Tradução – Prêmio Paulo Rónai
1º lugar: “Prosa,” de Charles Baudelaire, traduzido por Julio Castañon Guimarães (Companhia das Letras)
2º lugar: “O canto de Circe e A arte da memória,” de Giordano Bruno, traduzido por Aurora Fornoni Bernardini (Iluminuras)
3º lugar: “Tratado da emenda do intelecto,” de Espinosa e colaboradores, traduzido por Samuel Thimounier (Autêntica)