O IV Festival Mário de Andrade é o evento mais importante da cultura brasileira neste fim de semana.
Promovido pela Biblioteca Mário de Andrade, tanto na sede da biblioteca quanto na Praça das Artes e na Praça Dom José Gaspar, o festival que foi aberto ontem (15) segue neste sábado e domingo com uma feira de livros com mais de 40 editoras, mesas de debate, rodas de conversa, espetáculos teatrais, shows e exposições, somando mais de 100 atrações inteiramente gratuitas.
A edição deste ano celebra os 100 anos do primeiro “Manifesto Surrealista“, de André Breton, que norteia toda a programação, e pretende jogar luz sobre a participação das mulheres no surrealismo explorar os desdobramentos do movimento no Brasil.
+ Leia Também + Exposição de fotos emoldura o Brasil profundo com lentes europeias
O surrealismo inspira também o mobiliário criado com referências nas obras de Tarsila do Amaral e Leonora Carrington e novo número do Suplemento Pauliceia, publicação da Biblioteca que será lançada e distribuída durante o Festival.
Principais Atrações
É difícil escolher entre as tantas atração do evento nos próximos dois dias. Performance, teatro, cinema, música , leituras, debates e exposições… tem um pouco de tudo. Veja a programação completa aqui.
Logo no hall de entrada da Biblioteca Mário de Andrade há a exposição de fotos: “A Mata Te Se Come”, da premiada artista indígena e travesti UÝRA.
Às 14h30 há o debate na mesa Mulheres Surrealistas com as pesquisadoras e curadoras Verônica Stigger e Taisa Palhares e mediação da professora Amara Moira para discutir o papel e a contribuição das mulheres – a exemplo de Maria Martins e Leonora Carrington – no movimento surrealista.
À noite, às 20h, há a encenação de Lá Embaixo – poema cênico de Caetano Galindo. Dirigido por Bete Coelho com Cia. Br 116, desenvolvido a partir das memórias de Leonora Carrington (Down Below) e de uma releitura traduzida de Ping, de Samuel Beckett, é o relato do mergulho de uma mulher forçada a se reconstruir dentro de uma instituição psiquiátrica.
No mesmo horário Marcelo Drummond e o Teatro Oficina encenam Paranoia – Homenagem a Roberto Piva um espetáculo multimídia do autor e diretor de teatro Marcelo Drummond, que interpreta os poemas do livro de Piva. Com a estrutura de um show, música executada ao vivo, luzes e projeções de imagens que acompanham os poemas na voz do ator acompanhado pela trilha sonora assinada por Zé Pi e Chicão ao piano, a interferência da ação caligráfica de Sonia Ushiyama e as imagens criadas por Cecília Lucchesi e Igor Marotti com referências a Wesley Duke Lee e Cinema Marginal.
Domingo
Amanhã, 17, às 14h multiartista pernambucana A Transälien apresenta uma performance em que compartilha seus brilhos, máscaras e balangandãs com o público como uma guardiã de um tempo mítico tão ancestral quanto futurista.
No mesmo horário o Grupo Rumo celebra este ano um marco extraordinário: 50 anos de trajetória juntos. Fundado em 1974, o grupo se tornou uma referência no cenário musical brasileiro, cativando gerações com sua mistura única de estilos, letras inteligentes e performances envolventes.
Depois, no mesmo Palco, a banda paulistana Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo se une ao pianista pernambucano Vitor Araújo para uma reinterpretação do clássico “Loki?” (1974), de Arnaldo Baptista, que em 2024 completa 50 anos.
IV Festival Mário de Andrade
Onde: Biblioteca Mário de Andrade e arredores (Praça das Artes e Praça Dom José Gaspar)
Quando: 15, 16 e 17 de novembro, das 10h às 21h
Quanto: grátis