Cinco anos depois do último disco de inéditas, a banda goiana Boogarins lançou nesta terça (26) seu quinto álbum, “BACURI”. Concebido entre 2021 e 2024, o trabalho marca um retorno às raízes criativas por ser o primeiro gravado inteiramente em casa desde o primogênito “As Plantas que Curam” (2013).

Psicodelia hi-fi: novo álbum resgata essência do Boogarins. Foto: Gabriel Rolim

Ao mesmo tempo, é o mais “hi-fi” da discografia do grupo: com texturas, camadas e ideias mais nítidas, traz uma versão lapidada da linguagem de “novo rock brasileiro” que a banda construiu em 10 anos de caminhada.

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Com produção assinada pela banda e pela engenheira de áudio Alejandra Luciani, o disco foi gravado na casa em que ela, Raphael Vaz e Dinho Almeida moram em São Paulo. “Na pandemia, as incertezas do mundo se juntaram às nossas próprias incertezas”, explica Benke Ferraz, “depois de conversas com produtores estrangeiros e planos frustrados com nossa antiga gravadora americana, decidimos desacelerar a corrida maluca de carreira internacional que nos movia involuntariamente desde os primeiros passos profissionais da banda”, completa.

Ao escolherem gravar o disco “em casa e com calma”, apresentaram-se canções e ideias individuais para serem lapidadas de forma coletiva. Dessa vez, os exercícios de experimentação se afastaram dos improvisos lisérgicos para dar lugar a uma estruturação de arranjos focada na energia dos quatro tocando juntos.

O resultado são 10 faixas assinadas e compostas por todos os integrantes que unem a força das apresentações ao vivo à inventividade das texturas de pós-produção predominantes nos discos anteriores.

Bacuri

Para os integrantes, os anos de estrada em atividade intensa e os desafios da vida e da paternidade ajudam a explicar o amadurecimento lírico e sonoro de “BACURI”, palavra de origem tupi que dá nome a um fruto da região amazônica e do cerrado.

Em alguns lugares do Brasil, entretanto, “bacuri” também é usada como sinônimo de “criança”. “É engraçado que sempre nos chamaram de ‘meninos’ e agora os ‘meninos’ são outros, os nossos filhos”, sintetiza Benke. Composta por Ynaiã Benthroldo, a canção que dá nome ao disco é dele, e a primeira cantada pelo baterista.

Para Benke, Dinho, Fefel e Ynaiã, é a primeira vez que um registro consegue capturar a energia que transmitem nos palcos. Celebrado como fruto do trabalho construído em banda e em família, o disco tem, nas palavras de Dinho, a “magia singular de quatro amigos que entraram na vida adulta fazendo shows juntos, radiantes pela música sincera e profunda que conseguem criar”.

A banda vai terminar o ano excursionando por Brasil e Argentina com Bacuri.

Onde e quando ver o Boogarins ao vivo:

NOV 29 – Buenos Aires, ARG – Teatro Vorterix
DEZ 06 – São Paulo, SP – Cine Joia
DEZ 13 – Florianópolis, SC – John Bull
DEZ 14 – Curitiba, PR – CWB Hall

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