A Casa da Tia Ciata, um dos principais espaços de preservação e celebração da cultura afro-brasileira no país, vai realizar o Seminário Memória da Ancestralidade da Pequena África e sua Resistência acontece no próximo sábado, dia 11 de janeiro, a partir das 13h, e convida o público para refletir sobre as confluências entre samba, saberes e saúde.
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Em sua décima edição, o seminário reúne estudiosos, pesquisadores e artistas para debaterem como a cultura e a ancestralidade fortalecem a identidade, promovem o empoderamento e atuam como pilares de saúde física, social e mental.
A programação conta com duas mesas e apresentações culturais gratuitas, destacando a importância da resistência cultural e a conexão entre arte e bem-estar. Com 17 anos de história, a Casa da Tia Ciata é um núcleo de preservação e celebração da cultura afro-brasileira.
Localizada na Pequena África, região histórica do Rio de Janeiro, a Casa é um polo cultural que promove oficinas, apresentações e eventos voltados para a valorização da memória, ancestralidade e resistência negra.
Programação:
- 13h – Apresentação do grupo Malungas
- 13h30 – Painel I: Saberes e Saúde
- 15h – Painel II: Samba, Ancestralidade e Empoderamento
- 17h – Encerramento com a tradicional Roda de Samba da Cabaça
O evento é gratuito e será realizado no Museu do Amanhã, no Centro do Rio. As inscrições já estão disponíveis pelo Inscrições gratuitas neste lnk.
Tia Ciata: pioneira do samba e da cultura afro-brasileira
Hilária Batista de Almeida, conhecida como Tia Ciata, nasceu em 13 de janeiro de 1854 em Santo Amaro, no Recôncavo Baiano. Ainda jovem, participou da fundação da Irmandade da Boa Morte, em Cachoeira. Iniciada no candomblé na nação Ketu, era filha de Oxum. Aos 22 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde formou nova família com João Baptista da Silva, com quem teve 14 filhos.
Residente na Cidade Nova entre 1899 e 1924, Tia Ciata destacou-se como figura central na consolidação do samba carioca e líder comunitária da Pequena África. Sua casa na Rua Visconde de Itaúna era ponto de encontro de músicos como Pixinguinha, Donga e João da Baiana, além de outros artistas e figuras importantes da época.
Como quituteira e empresária, Tia Ciata inovou ao confeccionar e alugar roupas de baiana para o teatro e o carnaval. Suas festas religiosas e culturais, como as celebrações de São Cosme e Damião e Oxum, incluíam rodas de samba e cerimônias de candomblé, que se tornaram referência cultural.
Reconhecida até pela Presidência da República, Tia Ciata foi convidada ao Palácio do Catete para tratar o presidente Venceslau Brás. Em agradecimento, sua família recebeu benefícios que garantiram a realização de suas festas.
A casa de Tia Ciata simbolizou a resistência e a reinvenção das tradições afro-brasileiras em um Rio de Janeiro em transformação, marcando para sempre a história cultural do país. Sua morte, em 1924, representou o fim de uma era, mas seu legado vive no samba e na cultura brasileira.
Seminário Memória da Ancestralidade da Pequena África e sua Resistência
Quando: sábado, 11 de janeiro de 2024, das 13h às 18h
Onde: Museu do Amanhã, Praça Mauá 1, Centro, Rio de Janeiro