Esta em cartaz no Instituto Moreira Salles (IMS), em São Paulo, a mostra Thomaz Farkas, todomundo. A exposição, com curadoria de Juliano Gomes, Rosely Nakagawa e Sergio Burgi, assistidos por Alessandra Coutinho, explora três pilares de sua obra: fotografia, cinema e o projeto Fotoptica.
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Thomaz Farkas, todomundo sintetiza o caráter inclusivo e colaborativo do artista, que, ao longo de cinco décadas, registrou transformações do Brasil do século XX com precisão técnica e uma sensível visão da condição humana.
O título da exposição é emprestado do filme homônimo dirigido por Farkas entre 1978 e 1980, que propõe um olhar generoso sobre o Brasil e seu futebol. A entrada da mostra recebe os visitantes com uma instalação imersiva, refletindo o acolhimento e a generosidade do artista.
A exposição retrospectiva capta a sensibilidade e a força coletiva que orientavam a obra e a visão de Farkas, explorando a fusão entre a poética de suas imagens e o sentido político de sua atuação. A mostra revela uma “individual-coletiva” que homenageia o trabalho do fotógrafo e cineasta, que dizia “me identifico com todos e ao mesmo tempo não sou nenhum,” como registrado no documentário de Walter Lima Jr., Thomaz Farkas, brasileiro (2004).
Caravana Farkas
Nascido em Budapeste, Hungria, em 17 de setembro de 1924, Farkas chegou ao Brasil aos seis anos e iniciou-se na fotografia aos oito, quando ganhou sua primeira câmera. Esse início gerou um acervo de mais de 34 mil imagens entre as décadas de 1940 e 1990, registrando momentos decisivos do país, hoje preservado no Instituto Moreira Salles.
Na década de 1940, Farkas integrou o Foto Cine Clube Bandeirante e capturou a modernização de São Paulo, influenciado pela fotografia direta dos EUA, com um estilo que prenunciava o construtivismo. Expandindo seus interesses, registrou paisagens do Rio de Janeiro, a construção de Brasília, e a vida na Amazônia e no Nordeste, alinhando-se ao fotojornalismo e à fotografia documental.
Na década de 1960, criou a Caravana Farkas, um projeto cinematográfico documental que percorreu o Brasil registrando histórias e personagens populares. Entre 1960 e 1987, Farkas também dirigiu a Fotoptica, loja de equipamentos fotográficos fundada em 1920 por seu pai e tio, e transformou-a em referência para fotógrafos. Fundou a revista Novidades Fotoptica e a Galeria Fotoptica, ao lado de Rosely Nakagawa, revolucionando a produção cultural e a cena fotográfica nacional.
Thomaz Farkas, todomundo
Onde: IMS Paulista, São Paulo
Quando: até 9 de março de 2025
Quanto: entrada gratuita