A Companhia da Memória inicia 2025 com a estreia de “O Jardim das Cerejeiras”, obra final de Anton Tchekhov (1860-1904). A peça será apresentada no Teatro Anchieta, no Sesc Consolação, de 18 de janeiro a 2 de março.
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Resgate histórico dirigido por Ruy Cortez, a montagem recupera a cena final do segundo ato, suprimida por Stanislávski em 1903. “É uma cena de extremo lirismo, onde dois personagens compartilham segredos e angústias. Esse trecho traduz o leitmotiv da peça: o desejo humano por acolhimento e regeneração”, explica Cortez.
Na trama, uma família aristocrata decadente enfrenta a venda de sua propriedade, incluindo o emblemático jardim das cerejeiras, para saldar dívidas. Lopakhine, filho de servos da propriedade, vê no leilão uma oportunidade. A montagem brasileira é uma das primeiras no mundo a trazer o texto original concebido por Tchekhov.
Elenco e Cenografia
O elenco reúne 14 atores de diferentes gerações, reafirmando o compromisso da companhia com inclusão e diversidade. Nomes como Sandra Corveloni, premiada em Cannes, e Ondina Clais, retornando ao Teatro Anchieta, estão entre os destaques. A montagem marca ainda a volta de José Rubens Siqueira aos palcos, aos 78 anos.
Com cenografia de André Cortez, a montagem dialoga com o legado arquitetônico do Teatro Anchieta. O cenário incorpora o conceito de rua e passarelas de Lina Bo Bardi, criando uma plataforma que atravessa o palco e se projeta na plateia. “É uma perspectiva russa e inversa, longe da clássica visão ocidental”, diz Cortez.
Perspectiva contemporânea
A peça reflete a transição do século XIX para o XX, abordando mudanças sociais e questões de valor coletivo. O diretor conecta esse contexto ao cenário atual: “Estamos em uma crise climática que ameaça a vida no planeta. A peça questiona como tratamos uns aos outros e nosso ambiente”.
O Jardim das Cerejeiras
Onde: Teatro Anchieta, Sesc Consolação
Quando: 18 de janeiro a 2 de março de 2025, sextas e sábados: 20h, domingos e feriados: 18h
Quanto: Consulte valores no site do Sesc SP
