O gênio do violão de 7 cordas, Yamandu Costa, é um explorador. Assim pode ser definido o conceito do seu disco, Ida e Volta, disponível nas plataformas digitais. Explorador porque a pesquisa do Flamenco e da Guarânia, ritmos que se fundem ao longo das 14 faixas de seu trabalho, ficam evidentes.
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Ou seja… ele traz a Espanha e redescobre o Paraguai nos seus dedilhados inconfundíveis. Radicado em Lisboa desde 2019, o violonista gaúcho fez um giro incansável pelo mundo na turnê de lançamento deste álbum. O que sugere bastante sobre a rotina do músico, que entre idas e vindas sempre retorna às origens e nelas, traz um pouco de cada lugar onde esteve.
Com composições do próprio Yamandu e duas faixas do músico argentino Juan Falú, Ida e Volta é um desfile de como executar de maneira magistral um violão de 7 cordas, sobretudo o instrumento brasileiro, ainda mais bonito e complexo. É um daqueles discos para deixar fluir sobre qualquer pretexto. Um dia de chuva, uma tarde de sol no parque ou nos encontros com os amigos. É clássico, mas é popular.
O álbum sugere ainda um contexto histórico, já que ida y vuelta é uma nomenclatura que abarca um aporte de cantos clássicos espanhóis que chegaram à América Latina durante o processo de colonização e voltaram transformados para a Espanha, além de inserir em sua construção compassos que lembram Guajiras Cubanas e Rumbas Ciganas. Um prato cheio para os fãs de música instrumental. Yamandu para quem não conhece Foi aos 7 anos de idade com o pai, Algacir Costa, que o gaúcho de Passo Fundo passou a se interessar pelo violão.
Aos 17 se apresentou em São Paulo pela primeira vez e hoje é considerado um dos melhores violonistas do mundo. Com uma discografia de 15 discos, o músico é ovacionado nos seus shows ao redor do mundo influenciando dezenas de novos artistas. Para ele, a música é mais que um apanhado de acordes: “Música para mim é remédio, é forma de vida. As pessoas ainda entendem de uma maneira bastante superficial essa linguagem.
Acho que se a música fizesse parte do dia a dia das pessoas, sem dúvida os dias teriam mais sentido, mais profundidade. Disse certa vez. O violonista ainda tem um próximo lançamento em breve. O disco Saga com Martin Sued & Orquestra Assintomática vem ao mundo no próximo dia 31 de janeiro.
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