Faleceu nesta terça-feira (28), aos 87 anos, a escritora Marina Colasanti. A causa da morte não foi divulgada. O corpo será velado no salão nobre da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, na Zona Sul do Rio de Janeiro, na manhã de quarta-feira (29). A cerimônia será restrita a parentes e amigos.
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Marina era casada com o poeta Affonso Romano de Sant’Anna e deixa duas filhas. Nascida em Asmara, na atual Eritreia, viveu também na Líbia e na Itália antes de emigrar com a família para o Rio de Janeiro na década de 1940.
A escritora publicou mais de 70 livros, entre obras adultas e infantojuvenis, recebendo prêmios importantes, como o Prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras. Em 2022, foi homenageada como personalidade literária pelo Prêmio Jabuti.
Seu primeiro livro, Eu Sozinha, foi publicado em 1968. A última obra, Tudo Tem Princípio e Fim, chegou às prateleiras em 2017. Clássicos como Uma Ideia Toda Azul, Doze Reis e a Moça no Labirinto do Vento e Hora de Alimentar Serpentes destacam sua vasta produção.
O presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Marco Lucchesi, exaltou a relevância de sua obra:
“Foi mestra em todos os campos: no diálogo com a gravura, com a pintura, a poesia, o romance, a literatura infantil, as narrativas breves e as artes plásticas. O Brasil e a Itália perdem um de seus maiores nomes. E eu perco, certamente, uma das grandes e queridas amigas.”
A Câmara Brasileira do Livro divulgou nota de pesar, destacando a importância de Marina como referência na literatura brasileira. Segundo a nota, ela recebeu nove Prêmios Jabuti, consolidando sua contribuição à cultura nacional.
Marina também se destacou por sua militância feminista. Foi integrante do primeiro Conselho Nacional dos Direitos da Mulher e abordou em suas obras questões de gênero e o papel da mulher na sociedade.
Em 2019, durante entrevista ao programa Trilha de Letras, da TV Brasil, refletiu sobre a paixão pelos livros: “Os livros foram o meu colete salva-vidas. (…) Eram companheiros de brinquedo, nossa fonte mais rica de imaginário.”
Sobre seu estilo, afirmou:
“Eu sou prosa e verso na mesma medida. Isso atravessa o olhar. É a maneira de aproximar-se do mundo. E eu acho que eu tenho os dois.”
Com informações do Ministério da Cultura