Entre os dias 29 de janeiro e 9 de fevereiro, a Cinemateca Brasileira inaugura seu calendário de 2025 com a Retrospectiva Mazzaropi. Em parceria com o Instituto e Museu Mazzaropi, a mostra apresenta 18 filmes de um dos maiores artistas do cinema nacional. A programação é gratuita, com retirada de ingressos uma hora antes de cada sessão.

A abertura ocorre na quarta-feira (29), às 20h, com a exibição ao ar livre de Sai da Frente (1952), dirigido por Abílio Pereira de Almeida e Tom Payne, produzido pela Companhia Cinematográfica Vera Cruz. O público está convidado para um brinde de abertura a partir das 18h.

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A mostra celebra a conclusão do projeto “Digitalização e Difusão de Obras de Amácio Mazzaropi”, realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo e da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo. Seis filmes foram digitalizados e serão exibidos em suas novas cópias pela primeira vez.

A lenda de Mazzaropi

Nascido em 1912, no bairro da Barra Funda, em São Paulo, Amácio Amadeu Mazzaropi iniciou a carreira no teatro e no rádio, antes de se consolidar no cinema. Sua trajetória começou como ajudante de um faquir e, em 1940, fundou o Teatro de Emergência. Pouco depois, criou a Troupe Mazzaropi, um grupo de teatro ambulante onde interpretava o icônico Jeca, personagem que definiria sua carreira.

Foto: Divulgação

Na década de 1950, Mazzaropi foi contratado pela Vera Cruz, recebendo um dos maiores salários do cinema brasileiro da época. Seu primeiro grande sucesso foi Sai da Frente, lançado em 1951. O filme trouxe às telas seu Jeca, um caipira ingênuo de calças remendadas e fala arrastada, que conquistou o público.

Após experiências com outros estúdios, fundou sua própria produtora, a PAM Filmes, em 1958. Seu primeiro trabalho independente, Chofer de Praça, foi um sucesso e permitiu a produção de mais 24 filmes ao longo das décadas seguintes. Entre os destaques, estão Uma Pistola para Djeca (1969), que bateu recordes de bilheteria e rendeu prêmios da Embrafilme, e Jeca e a Égua Milagrosa (1980), sua última obra antes de falecer, em 1981.

Amado e criticado

Foto: acervo MUSEU Mazzaropi

Apesar do imenso sucesso popular, Mazzaropi enfrentou críticas de parte da imprensa especializada, que o considerava um “falso caipira”. O próprio cineasta rebatia, afirmando que “falsa era a idéia que a crítica tinha do caipira”. Entre seus admiradores estava o renomado teórico do cinema brasileiro, Paulo Emílio Salles Gomes, que elogiou sua capacidade de tocar a essência da identidade brasileira.

A relação de Mazzaropi com o público sempre foi de proximidade. Seu nome inspirou sambas-enredos e, no dia de seu enterro, mais de cinco mil pessoas acompanharam seu cortejo até Pindamonhangaba. A multidão entoou Tristezas do Jeca, canção-tema de um de seus filmes mais queridos.

Com sua obra eternizada na história do cinema nacional, a Retrospectiva Mazzaropi celebra o artista que soube unir humor e crítica social, encantando gerações.

Retrospectiva Mazzaropi

Onde: Cinemateca Brasileira – Largo Senador Raul Cardoso, 207, São Paulo – SP
Quando: De 29 de janeiro a 9 de fevereiro de 2025, com sessões gratuitas
Quanto: Entrada gratuita, com retirada de ingressos uma hora antes de cada sessão

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