“Você se imagina com 100 anos?”

Essa é a pergunta que abre o espetáculo Monga, criado, interpretado e dirigido por Jéssica Teixeira. A partir desta questão inicial, a artista utiliza ferramentas teatrais para explorar outras duas grandes questões paralelas.

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Em primeiro lugar, ela propõe um mergulho na história de Julia Pastrana (1834-1860), a mexicana que ficou conhecida vulgarmente como a “mulher-macaco” e se tornou uma das grandes inspirações para os freak shows espalhados pelo mundo no século 19.

História e identidade na pesquisa teatral de Jéssica Teixeira. Foto: Camila Rios

Depois, Jéssica se ocupa de questionar, por meio de sua própria história, os padrões do nosso imaginário.

O espetáculo é um das atrações da Mostra Lucia Camargo do 33º Festival de Curitiba nos dia 26 e 27 de março, em duas apresentações no Teatro Paiol, o histórico teatro municipal de Curitiba que foi construído em um antigo paiol de arsenal militar e foi inaugurado por Vinicius de Moraes.

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Nesse trabalho, a artista segue fazendo do seu corpo a matéria bruta para a construção dramatúrgica. No entanto, desta vez Jéssica utiliza o estranhamento como guia do roteiro.

“A diferença principal entre as duas montagens é que a primeira era sobre o meu corpo e eu queria me comunicar muito com adolescentes. Já Monga é voltada ao público adulto e eu quero falar sobre o que há de mais invisível em mim, aquilo que eu desejo e acredito”, afirmou em matéria publicada pelo Sesc SP.

Dessa forma, a performance Monga revisita o passado na tentativa de criar imaginários.

“Eu não tenho a intenção de apresentar uma biografia dessa importante multiartista e nem reconstruir o número que a deixou famosa e foi adotado em tantos circos. Meu maior objetivo é aumentar as chances de futuros mais dignos de corpos como os nossos na sociedade, no mercado de trabalho, na arte e na indústria cultural”, disse Jéssica.

Carreira

Jéssica Teixeira é multiartista, graduada em Licenciatura em Teatro e mestre em Artes pela Universidade Federal do Ceará. Ela faz do seu “corpo estranho” sua principal matéria-prima de investigação dramatúrgica e cênica, gerando seu primeiro solo, E.L.A (2019), que segue em circuito nacional e internacional.

Jéssica Teixeira durante uma sessão de E.L.A no Festival de Curitiba de 2023. Foto: Susan Sena

No audiovisual, atuou nos curtas Partindo do Princípio de que a Terra é Plana, Sou Toda Curva e Desvio (2023), Possa Poder (2022) e Curva Sinuosa (2021), no longa Assexybilidade (2023) e na série Os Outros (2023).

Monga, de Jéssica Teixeira

Onde: Teatro Paiol

Quando: dias 26 e 27 de março às 20h30

Quanto:  a partir de R$ 42,50 na bilheteira do Festival de Curitiba ou no site 

 

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