Salvador. O berço do primeiro bloco afro fundado no Brasil, em 1974, o Ilê Aiyê e também sede do mais antigo afoxé, o Filhos de Gandhy, criado em 1949. A existência dessas entidades complexas passa pela sua formação religiosa, tendo as casas de candomblé como berços, onde o senso de comunidade e de preservação dão o tom. É da música religiosa que vêm os tambores que reverberam a potência e intensidade do trabalho de blocos afros e afoxés. Para além do ritmo, o repertório dessas entidades traz letras com mensagens de conscientização e pesquisas histórico-culturais que mostram o universo negro em sua grandeza. Representatividade, empoderamento, história e fundamento: está tudo lá.
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A presença destes ritmos, tão importantes na cultura soteropolitana, agora estão reunidos em um disco. Mundo Afro reúne sete das mais importantes entidades afro de Salvador – Filhos de Gandhy, Ilê Aiyê, Olodum, Malê Debalê, Muzenza, Didá e Cortejo Afro – num registro fonográfico de alta qualidade técnica e artística com produção musical de Alê Siqueira. Composto por 21 faixas, – 3 de cada grupo – o disco digital foi lançado nas plataformas de streaming. Uma edição limitada em vinil duplo está prevista para maio.
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A produção é da Janela do Mundo, com distribuição da Altafonte e patrocínio via Programa de Isenção Fiscal Viva Cultura, da Prefeitura de Salvador, Secretaria Municipal da Fazenda – SEFAZ, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo – SECULT e Fundação Gregório de Mattos – FGM.
Para Mário Pam, mestre do Ilê Aiyê, o álbum ainda reverbera os 50 anos da criação dos blocos afro, marcados pela fundação do bloco do Curuzu. “Foi muito importante para a gente fazer parte desse projeto, que reúne uma parte importante dessas instituições, tocando percussão e cantando canções que falam sobre as questões do povo negro de Salvador”.
Compilação essencial para os fãs da música afro-baiana. Ouça agora.