Sem aviso prévio. Foi assim que a gravadora Universal Music lançou nas plataformas de áudio três canções inéditas interpretadas pela musa da Tropicália, Gal Costa (1945 – 2022), surpreendendo os fãs
Os registros, fazem parte do EP Gal Costa (Compacto de 1972) gravado pela artista em estúdio, entre os dias 24 e 26 de junho de 1972 e acompanhada por grandes músicos como Lanny Gordin (1951 – 2023) na guitarra, Bruce Henry no baixo, Tutty Moreno na bateria e Perna Fróes (1944 – 1923) no piano e teclados.
+ LEIA TAMBÉM + Alaíde Costa interpreta as canções de José Miguel Wisnik em encontro especial
A morte (Gilberto Gil), Vale quanto pesa (Luiz Melodia) e O dengo que a nega tem (Dorival Caymmi), são as canções que fazem parte do EP em lindos arranjos e a voz inconfundível de Gal que veio na sequência do show Fa-tal.
Ninguém de fato sabe porque as três canções nunca foram lançadas. Mas o certo é que um certo alívio sonoro acomete os ouvidos ao ficarmos expostos a estes resgates. São registro fortes e bonitos que captam a essência da artista no seu auge. Uma qualidade técnica em falta nos dias de hoje.
A Morte, primeira faixa do EP, foi gravada por Jards Macalé no mesmo ano em que foi composta e fez parte do seu primeiro álbum. Gil jamais chegou a gravar a sua própria música.
Vale Quanto Pesa, por sua vez, foi lançada no primeiro disco de Luiz Melodia, Pérola Negra. O cantor e compositor, por sinal, foi apresentado ao grande público pela própria Gal na turnê de Fa-tal.
Já o Dengo que a Nega Tem é um típico samba de Caymmi que caiu como luva na voz da artista ao longo dos seus sete minutos.
É impossível ficar inerte ao lançamento de novos registros de Gal, essencialmente após a sua morte. Um alento aos ouvidos e ao coração dos admiradores da incrível voz da contracultura da época. Ouça agora.