Com informações da Secult/CE
A XV Bienal Internacional do Livro do Ceará terminou neste domingo, 13 de abril, consolidando-se como uma das maiores edições de sua história. Realizado no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza, o evento atingiu um público recorde: mais de 450 mil pessoas participaram da programação intensa, plural e gratuita durante os dez dias de atividades.
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Com o tema “As cidades e os livros”, a Bienal promoveu mais de 600 ações entre mesas de debate, lançamentos, contações de histórias, apresentações musicais e oficinas. A curadoria, formada por quatro mulheres — Amara Moira, nina rizzi, Sarah Diva Ipiranga e Trudruá Dorrico —, destacou a resistência feminina, a pluralidade de vozes e a presença de escritoras cearenses, indígenas, negras e LGBTQIAPN+.
Durante a solenidade de encerramento, realizada na Arena Henriqueta Galeno, a secretária da Cultura do Ceará, Luisa Cela, destacou o papel estratégico do evento. “A Bienal não se encerra em si. Ela é parte de uma política pública que valoriza o livro, a leitura e a diversidade cultural como ferramentas de cidadania”, declarou.
Recordes de público e vendas
Além da expressiva presença de público, a Bienal registrou um volume inédito de vendas: mais de R$ 13 milhões movimentados na feira de livros. Foram mais de 100 mil títulos à disposição do público, distribuídos em 188 estandes com editoras, distribuidoras, livrarias e autores independentes de todo o país. Cerca de 200 toneladas de livros circularam pelo evento.
O programa de Visitação Escolar levou ao pavilhão mais de 40 mil estudantes de 736 instituições públicas e privadas. Famílias, bibliotecas comunitárias, coletivos culturais e leitores de todas as idades participaram ativamente das atividades, que ocuparam os três turnos de cada dia.
A festa da palavra
A cerimônia de encerramento começou com o cortejo da Caravana Cultural, que cruzou a feira até a Arena Henriqueta Galeno ao som dos batuques cearenses. A curadora Maura Isidório emocionou o público ao afirmar: “Esta edição foi um tributo à força das mulheres cearenses. Foi uma construção coletiva que uniu artistas, autoras e leitores numa verdadeira ode à palavra.”
As curadoras também se pronunciaram. Trudruá Dorrico citou a poeta Graça Graúna e homenageou os povos indígenas do Brasil. Amara Moira destacou os encontros e trocas que aconteceram dentro e fora dos palcos. Sarah Diva Ipiranga agradeceu ao público e às equipes técnicas. Já nina rizzi celebrou a diversidade dos temas tratados nas mesas: sexualidade, trabalho, tradução, poesia, testemunhos e mais.
Literatura em diálogo com o Brasil
Um dos pontos altos do encerramento foi o encontro “Linhas de vida: do eu ao outro”, com os escritores cearenses Ana Miranda e Lira Neto. Mediado pela professora Aíla Sampaio, o bate-papo abordou o processo criativo, o papel da memória e a paixão pela literatura.
Em seguida, o público lotou o espaço para assistir ao espetáculo “Mulheres cantam a Massafeira”. As cantoras Mona Gadelha, Marta Aurélia, Alice David e Claudine Albuquerque celebraram o movimento musical cearense da década de 1970 em um show marcado pela emoção e pelos aplausos.
Evento estratégico para o Ceará
A Bienal do Livro do Ceará é promovida pelo Ministério da Cultura (MinC) e pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria da Cultura (Secult), com parceria do Instituto Dragão do Mar (IDM), via Lei Rouanet. Patrocinam o evento o Banco do Nordeste, Rede Itaú, Cagece e Cegás.
A secretária Luisa Cela reafirmou o compromisso com a continuidade da Bienal como política pública. “Seguiremos ampliando a representatividade e incentivando o acesso à leitura em todo o estado. A Bienal é instrumento de transformação social.”
Bienal Internacional do Livro do Ceará
Onde: Centro de Eventos do Ceará – Avenida Washington Soares
Quando: 4 a 13 de abril
Quanto: Entrada gratuita