Uma vez perguntaram ao coreógrafo Rubens Barbot (1949-2022), pioneiro da dança contemporânea no Brasil o que seria a “dança negra”:
_ “´É um negro dançando”, ele respondeu.
A frase está na parede de uma exposição sobre seu trabalho atualmente em cartaz no Museu de Arte do Rio ( MAR) e significa muita coisa.
Barbot fundou uma companhia de dança formada por bailarinas, atrizes, bailarinos e atores negras e negros com a missão artística e política de fazer arte negra contemporânea voltada para a pesquisa do gesto, do movimento e das imagens extraída das histórias de raízes africanas dos corpos que dançavam.

Nos dias 10 e 11 de maio, Curitiba será palco da primeira edição do Afropop Fest, um festival desta “dança negra” e da percussão que a embala ao reunir dezenas de atrações gratuitas no Memorial de Curitiba.
Com foco na valorização das expressões afro-brasileiras, o evento terá dois dias de música, oficinas, feira de artesanato e apresentações artísticas que evidenciam a força ancestral e contemporânea da cultura afro.
+ Leia Também + Sete exposições que valem uma viagem a São Paulo
A programação inclui ritmos como Afro Pop, Pagodão Baiano, Samba Reggae e danças de matriz africana, reunindo artistas de renome nacional e internacional, além de lideranças culturais com trajetórias ligadas a terreiros, comunidades e coletivos periféricos.

“O Afropop Fest é um festival vibrante, festivo e pedagógico. Queremos promover um reencontro com a ancestralidade por meio do corpo, da música e do conhecimento”, explica o idealizador Adilto Black, artista com mais de 20 anos de atuação em dança afro.
Shows e oficinas com mestres da percussão e dança afro
Entre os destaques da programação, estão:
-
Bloco Princesas do Ritmo, banda percussiva de mulheres afrodescendentes;
-
Pagodão Bahiano, com Adailton Swing;
-
Rufar dos Tambores, com o Mestre Jackson, pioneiro do Axé Music;
-
Afropop com Adilto Black, mesclando dança e identidade afro-baiana;
-
Despertar Ancestral, com a Mestra Fernanda, sambadeira reconhecida internacionalmente.
Outros nomes importantes são Emerson Groove, Everton Chemin (Funti), Felipe Barão Jr., Sil Duarte, Djanko Camara e a DJ Mitay, que animará o público com repertório inspirado na cena hip hop.
Oficinas gratuitas com vagas limitadas

O festival também oferece oficinas gratuitas abertas à comunidade. As inscrições são feitas pela plataforma Sympla, com entrega de uma bata tradicional africana (Dashiki) aos participantes. É possível se inscrever em mais de uma oficina, conforme a disponibilidade de vagas e horários.
Entre os temas abordados:
-
Tambores de Rua com Mestre Jackson
-
Afropop com Adilto Black
-
Pagodão Bahiano com Adailton Swing
-
Ritmos Afro Baianos com Emerson Groove
-
Samba de Roda com Mestra Fernanda
-
Dança Mandinga com Djanko
-
Samba Passos de Discoteca com Felipe Barão
-
Breaking e resistência com Sil Duarte
Feira afro e acessibilidade
O evento contará com feira de artesanato de matriz africana, com roupas, acessórios, brinquedos e quadros produzidos por artesãos negros. Também haverá recursos de acessibilidade como intérpretes de Libras, audiodescrição e cadeiras adaptadas.
Programação completa
Sábado (10/5)
10h – Abertura com Princesas do Ritmo
10h30 – Oficina com Mestre Jackson
11h30 – Show de Adailton Swing
12h30 – Oficina com Adilto Black
12h40 – DJ C-Rock
14h15 – Show Mestre Jackson
15h15 – Show com Adilto Black
15h45 – Oficina com Emerson Groove
16h15 – Show com Mestra Fernanda
17h15 – Oficina com Mestra Fernanda
17h45 – Show de Emerson Groove
18h15 – DJ C-Rock
Domingo (11/5)
10h – Abertura com Felipe Barão
10h30 – Oficina com Djanko
10h55 – Show com DJ Mitay
11h20 – Show com Sil Duarte e Fer Terra
12h20 – Show com Everton Chemin (Funti)
12h30 – Oficina com Felipe Barão
13h20 – Dança Africana com Djanko
14h15 – Oficina com Sil Duarte
14h20 – Show com Princesas do Ritmo
15h – DJ Mitay
Serviço
1º Afropop Fest Curitiba
Onde: Memorial de Curitiba – Rua Dr. Claudino dos Santos, 79 – São Francisco
Quando: 10 e 11 de maio
Quanto: Gratuito – Inscrições para oficinas: Via Sympla