No mundo dos streams e da música digital, sete anos é uma eternidade entre um disco e outro. E é exatamente esse hiato que divide Simulacre (2018) até o EP Romântica, lançado no último dia 13 de maio, trabalhos mais recentes da drag queen e multiartista Potyguara Bardo.
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Um hiato de tanto tempo, na verdade, chega até a ser um ato de rebeldia em pleno 2025, quando se tem toda uma indústria que exige single atrás de single para os artistas se manterem na vitrine o tempo todo. Aparentemente, Poty (vou chamá-la assim carinhosamente) não se preocupa com esse processo. E isso é ótimo, inclusive, para o momento criativo. Soma-se influências, vivências e tudo mais que possa gerar um novo álbum.
Romântica, é apenas um EP de 6 faixas. Passa voando que você nem vê, mas já traz o que podemos esperar do próximo disco Comédia Romântica, que deve chegar às plataformas em breve: a psicodelia brega e de uma diversidade sonora inconfundível. Uma característica clássica de artistas que vem de berço.
“Romântica é uma viagem pelos sons do lugar que eu nasci e pela minha alta capacidade de romantizar a vida, incluindo essa relação louca entre ‘artista’ e público“, escreveu a artista em uma publicação no Instagram.
A canção Mina, por exemplo, tem a participação de Getúlio Abelha. Uma parceria, aliás, que caiu como uma luva, assim como todas as outras em que Poty já apostou, como Luísa e os Alquimistas, Gaby Amarantos e Mateus Carrilho (ambos em trabalhos anteriores). Tudo porque os feats se costuram entre si sem nenhum esforço. Simplesmente acontecem.
Já Piada Cósmica, que tem pouco mais de um minuto de duração, aposta em elementos eletrônicos e faz uma homenagem ao clássico hit de Cher, Do You Believe, com uma frase inquietante: “existe vida após o amor?”
O melhor é saber que Romântica é apenas a primeira parte de muito que há por vir. Dá para aguardar um ótimo álbum. Chega mais, Poty!