O documentário Brasiliana — O Musical Negro Que Apresentou o Brasil ao Mundo, dirigido por Joel Zito Araújo, foi o grande vencedor da competição nacional da 17ª edição do In-Edit Brasil — Festival Internacional do Documentário Musical. A premiação foi anunciada neste sábado (21), em São Paulo.

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A produção levou o prêmio de Melhor Filme entre cinco documentários viabilizados pelo canal Curta!, com recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). A estreia no canal está prevista para o segundo semestre. Antes disso, o filme será exibido neste domingo (22), às 19h30, em sessão especial e gratuita na área externa da Cinemateca Brasileira, também em São Paulo.

Espetáculo levou o Brasil negro ao mundo

O longa resgata a trajetória do grupo Brasiliana, coletivo de dança, teatro e música de matriz africana que rodou o mundo entre 1950 e 1975. Durante 25 anos, a companhia levou expressões da cultura afro-brasileira — como o samba, o maracatu, a capoeira e a macumba — a mais de 90 países.

Criado por Miecio Askanasy, que também dirigiu o grupo, o Brasiliana projetou internacionalmente uma imagem do Brasil que afirmava a contribuição negra como pilar central da identidade nacional.

Uma história esquecida

O documentário apresenta entrevistas com ex-integrantes da companhia, como Haroldo Costa, Gino Askanasy, Valter Ribeiro e Domingos Campos. Também participam estudiosos da dança afro e da cultura negra, entre eles Nelson Lima, Spirito Santo, Raquel Trindade e o próprio diretor, Joel Zito.

Imagens de arquivo, documentos, fotos e recortes de jornais e revistas deixados por Miecio Askanasy ao filho Gino ajudam a reconstituir a trajetória do grupo. O material revela bastidores, roteiros de viagem, relações entre os integrantes e o impacto cultural da companhia em várias partes do mundo.

Júri valoriza cinema negro

Segundo nota publicada no site oficial do In-Edit, o júri formado por Viviane Pistache (pesquisadora e crítica de cinema), Dácio Pinheiro (cineasta e produtor) e Gilberto Porcidonio (roteirista e jornalista), destacou o valor histórico da obra.

“O filme reconstrói uma história fundamental, revelando um Brasil que, por 25 anos, circulou pela Europa com um espetáculo musical de corpo de baile, maestro e trilha sonora, e que ainda permanece desconhecido do grande público”, diz o texto.

Ainda de acordo com os jurados, o documentário combina uma “rigorosa pesquisa de arquivos a uma direção sensível, que reafirma o cinema negro como parte essencial do cinema brasileiro em diálogo com o mundo”.

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