A Mostra Sesc de Cinema anunciou os 48 filmes selecionados para sua oitava edição, com exibições programadas em unidades do Sesc de todo o Brasil ao longo de 12 meses. A edição de 2025 bateu recorde histórico de inscrições, com 2.145 obras enviadas — aumento de 40% em relação ao ano anterior.
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O projeto, um dos mais relevantes do país no fomento ao cinema independente, destinou quase R$ 200 mil em licenciamentos para longas, médias e curtas-metragens. Foram premiadas 48 produções: sete longas, um média e 40 curtas. A exibição pública será iniciada em setembro, em Vitória (ES), e incluirá obras inéditas, que terão na mostra sua primeira apresentação oficial.
Entre os selecionados da mostra nacional, chama atenção a presença feminina: 26 filmes são dirigidos ou codirigidos por mulheres. A diversidade também marca os temas e narrativas, com histórias que abordam desde a saúde mental até o direito à terra e a valorização das culturas locais.
“A valorização do cinema independente no Brasil é essencial para a preservação da diversidade cultural e para o fortalecimento da nossa identidade nacional. O Sesc tem um compromisso de garantir espaço de exibição para essas produções, impulsionando a economia criativa e o surgimento de novos talentos”, afirma Janaina Cunha, Diretora de Programas Sociais do Departamento Nacional do Sesc.
Panorama e destaques estaduais
A curadoria da mostra envolveu 268 obras em três eixos: Panorama Brasil (19 filmes), Panorama Infantojuvenil (10) e Destaques Estaduais (19). As produções foram selecionadas por comissões estaduais compostas por especialistas convidados e profissionais do Sesc.
Entre os destaques nacionais está o longa Hip Hop Caboclo, de João Nascimento, que estabelece um elo entre o rap e ritmos ancestrais da cultura brasileira. Na seleção infantojuvenil, A História de Ayana, dirigido por Cristiana Giustino e Luana Dias, apresenta a trajetória de uma menina negra albina em busca de sua ancestralidade. Em Isso é Frescura?, Vanderlildo Silva retrata o enfrentamento da ansiedade por uma jovem e o apoio recebido por sua amiga.
Outro exemplo sensível é Notícias da Lua, de Sérgio Azevedo. O curta acompanha Luã, um menino autista com hiperfoco em astronomia, que embarca numa missão imaginária para investigar o sumiço da Lua, ao lado do zelador Astor.
Exibição e acesso gratuito
Os filmes selecionados estarão disponíveis para o público em espaços do Sesc espalhados pelo país. A Mostra é uma das principais ações de democratização do audiovisual nacional, reunindo produções que, muitas vezes, não encontram espaço nos circuitos comerciais.
Desde 2017, a Mostra Sesc de Cinema já licenciou mais de 400 obras brasileiras, consolidando-se como um dos principais canais de incentivo ao cinema independente no Brasil.
Conheça os filmes premiados em 2025
Panorama Brasil
– Ainda Esculto o Céu Embaixo D’água, de Alice Lovelace e coletivo (AL)
– WR Discos – Uma Invenção Musical, de Nuno Penna e Maira Cristina (BA)
– Notas Sobre a Identidade, de Marisa Arraes (DF)
– O Deserto de Akin, de Bernard Lessa (ES)
– Mariô – Eu Tô Aqui, de Brena Maria e Cadu Marques (MA)
– Outro Lugar, de Perseu Azul (MT)
– Kuñange 18 Anos, de Marineti Pinheiro (MS)
– Dona Beatriz Ñsîmba Vita, de Catapreta (MG)
– A Sombra de Um Futuro, de Gabriel Borges (PR)
– A Nave que Nunca Pousa, de Ellen Morais (PB)
– Amensalismo, de Júnior Vaz Canaã (PA)
– Filhas da Noite, de Henrique Arruda e Sylara Silvério (PE)
– Cartas pela Paz, de Mariana Reade, Thays Acaiabe e Patrick Zeiger (RJ)
– Enquanto Você Não Estava, de Edson Saraiva (RN)
– Memória de Um Esclerosado, de Thais Fernandes e Rafael Corrêa (RS)
– Planeta Fome, de Édier William (RO)
– Isso É Frescura?, de Vanderlildo Silva (RR)
– Notícias da Lua, de Sérgio Azevedo (SC)
– Hip Hop Caboclo, de João Nascimento (SP)
Panorama Infantojuvenil
– A Menina que Queria Voar, de Tais Amordivino (BA)
– PIOinc, de Alex Ribondi e Ricardo Makoto (DF)
– Enigmas do Rolê, de Ulísver Silva (MS)
– Do Outro Lado da Serra, de Amanda Borges (MG)
– Temos Pão Caseiro, de Val Rocha Pires (PR)
– A Aventura de Patyzuli no Círio, de Nelson A. A. Nunes (PA)
– Lá na Frente, de Márcio Andrade (PE)
– A Colmeia de Aziza, de Rodrigo França (PE)
– A História de Ayana, de Cristiana Giustino e Luana Dias (RJ)
– Ana Cecília, de Julia Regis (RS)
Destaques Estaduais
– Menina Se Quere Vamo Juliana, de Barretto e Nicolle Freire (AL)
– Néctar do Tempo, de Pedro Rodrigues (BA)
– Três, de Lila Foster (DF)
– Sola, de Natália Dornelas (ES)
– O Machado de Assis, de Beto Nicácio (MA)
– Mopái Pjuta Ãkakje’y, de coletivo Myky (MT)
– Metástase, de Iulik Lomba de Farias (MS)
– Maestra, de Bruna Piantino (MG)
– Interior, Dia, de Luciano Carneiro e Paulo Abrão (PR)
– Hipocondríaco, de Paulo Roberto e Heleno Florentino (PB)
– Desculpa Não Dizer Que Te Amo, de Beatriz Balby (PA)
– Mar de Dentro, de Lia Letícia (PE)
– E Seu Corpo É Belo, de Yuri Costa (RJ)
– Mariana e Ludoviana, de Lourival Andrade (RN)
– O Casaco, de Alisson Affonso (RS)
– Concerto de Quintal, de Juraci Júnior (RO)
– Resistir Para Existir, de Evandro Wapichana (RR)
– Kabuki, de Thiago Minamisawa (SC)
– O Céu Não Sabe Meu Nome, de Carol AÓ (SP)