25 pontos foi a média do Ibope no tão aguardado capítulo desta segunda, 7 de julho, da novela Vale Tudo. O que há alguns anos poderia ser considerado um desastre em termos de audiência, pode ser encarado, nos dias de hoje, como um pico televisivo.

Isso acontece pela forma atual de contagem o ibope que não inclui outros dispositivos conectados além dos aparelhos de televisão, o que acaba por diminuir a visibilidade concreta sobre quem realmente está assistindo.

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De qualquer forma, se pensarmos que este capítulo foi o momento auge do do remake de Manuela Dias e teve seu making off exibido no Fantástico na véspera é mais um sinal de que Vale Tudo vem capengando desde o seu início.

Com uma direção questionável, atuações medianas e cenas que deixam a desejar – quando comparadas à versão original – o folhetim das 21h da Globo vem apostando tudo na “semana decisiva”, que vai até a próxima sexta (11) com o aguardado casamento de Maria de Fátima (Bella Campos) com o herdeiro da família Roitman, Afonso (Humberto Carrão).

Mas, antes e infinitamente mais esperado, certamente foi o embate entre Raquel (Taís Araújo) e sua filha, Maria de Fátima, uma das cenas antológicas da versão original de 88, na época foi protagonizada por Regina Duarte e Glória Pires.

Então, para efeito de comparação entre as duas porradarias, vamos aos fatos:

Bella Campos

Contestada? CONTESTADÍSSIMA!

A Maria de Fátima de Bella Campos vem sendo questionada desde antes das gravações. Entretanto, diferente do que aconteceu em 88, Bella vem entregando uma vilã muito mais carismática do que Glória Pires. Ela, inclusive, conversa em muito com a nova geração com uma personalidade geracional que gera empatia nos nascidos a partir do fim da década de noventa. Embora as marcações da direção sejam, às vezes, equivocadas e falte um pouco de  traquejo nas expressões faciais, a atriz demonstra empenho em fazer a personagem acontecer.

Taís Araújo

Absolutamente plena. Taís Araújo, que carrega nas costas uma carreira de sucesso com atuações impecáveis, mostrou porque é quem é. Mesmo que Raquel seja uma das personagens mais irritantes de todo o folhetim, é preciso talento para dar vida a uma personagem que dá raiva no telespectador. E no capítulo mais aguardado a cena foi toda dela.

Débora Bloch

Metade do Brasil (inclusive eu) ficou com os dois pés atrás após Debora Bloch ser confirmada para interpretar uma das vilãs mais icônicas. Mas Débora Bloch calou a boca de todo mundo. Tanto que a Odete Roitman de Bloch é amada por um país inteiro e em muitas cenas sendo apenas… sensata. O brasileiro ama uma boa vilã, sobretudo quando concorda que Heleninha Roitman (Paolla Oliveira) é uma mulher de 40 anos que precisa tomar conta da própria vida. No capítulo de ontem, Débora intercalou momentos de surpresa com deboche ao defender Fátima contra a própria mãe. Tudo com uma sutileza impecável.

Malu Galli 

“Ai que dó da Celina… “ Sim. Celina, irmã de Odete, é o porto seguro dos sobrinhos, da irmã e até do mordomo. E este porto seguro fica inserido em uma mansão onde ela costuma trocar os estofados com frequência ou, especialmente, ficar em volta da mesa de jantar e/ou café da manhã que logo estará vazia devido à partida de Afonso, Heleninha e Odete para fora do país. Se não bastasse, ela se vê endividada, além de abandonada até mesmo pelo seu amor. Um abandono fruto de uma armação de Odete. Ou seja… para uma personagem dessas é preciso um tanto de sensibilidade para engolir tudo o que a atual situação mostra a ela. Inclusive ser “acusada” por Raquel de prostituta, devido ao casamento com um marido rico: ISSO É RELATIVO!

A cena do vestido

Ontem, as quatro estavam envolvidas na cena mais esperadas da novela. Taís Araújo, depois de tentar convencer Ivan a ficar (em vão), dizendo que descobriu todas as armações de Fátima, foi até a mansão dos Roitmans para a prova do vestido da filha. E sim… os diálogos parecidos com a versão de 88 com certeza ajudaram no sucesso da cena, mas todos os louros vão para Taís Araújo, que, com muita dramaticidade, lavou a alma de quem, até então, se irritava com a passividade da personagem. O vestido rasgado também parece ter de alguma forma incentivado até Bella Campos, que entregou sua melhor atuação no folhetim até então. Débora Bloch e Malu Galli, embora coadjuvantes, compuseram o contexto como se espera delas: com muito talento e classe.

E agora? Espera-se um novo ato depois dessa semana? Vamos acompanhar!

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Jornalista, DJ e especialista em música brasileira

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