Premiado e reverenciado, o álbum Maria Esmeralda ganha uma versão ao vivo em apresentação única no Teatro do Paiol, em Curitiba, no dia 2 de agosto. Criado por cinco nomes da cena musical contemporânea — Thalin, Cravinhos, VCR Slim, Pirlo e iloveyoulangelo — o disco será interpretado no palco em um espetáculo que mistura música, poesia e performance. O show contará com participações especiais de Doncesão, Amaiz e Nektrash.
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Reconhecido como um dos principais lançamentos da música brasileira recente, Maria Esmeralda venceu o Prêmio APCA 2025 na categoria Artista Revelação. O trabalho conquistou críticas e ouvintes com sua abordagem sensível, cinematográfica e inovadora.
São 16 faixas que combinam hip-hop, boom bap, MPB, jazz, R&B, blues, brega e música clássica — sem se prender a gêneros, mas costurando todos com coerência estética e poética.
Construção coletiva
Maria Esmeralda parte da criação de um eu lírico fictício, com uma cronologia que remete a uma época passada, inspirada no cinema marginal, nas novelas populares e nas dores cotidianas da vida real. O nome do disco une o ordinário e o precioso: Maria, o nome mais comum do Brasil, e Esmeralda, a pedra mais cobiçada. Essa figura simbólica conduz uma narrativa sobre amor, vingança, família, perda, ódio e redenção.
A abertura do álbum é marcada pela voz da lenda Marília Medalha, que entrega um poema escrito por sua irmã falecida na faixa “Lúdica”. A homenagem inesperada se tornou um dos pontos altos do projeto, que inclui também participações de nomes como Doncesão, Servo, RUBI, Yung Vegan, Quiriku e Tchelo Rodrigues.
Faixas que dialogam com o tempo
As 16 faixas exploram um universo lírico denso e múltiplo. Em “Poliesportiva”, Doncesão versa sobre a construção da vida. Em “Amarelo Cor do Sol” e “Judas Beijoqueiro”, Servo contribui com rimas sobre desilusões e afetos. “Boca de Ouro”, com RUBI e Yung Vegan, explora a tensão entre o desejo e a solidão, enquanto “Chão de Mármore”, com Tchelo Rodrigues, questiona o valor do efêmero.
“Nova Ternura” e “Dedo Cheio de Anel” encerram a jornada com lirismo e crítica social, antes da faixa instrumental “Revoada”, que fecha o ciclo como um sopro melancólico e contemplativo. A produção é assinada coletivamente pelos cinco artistas, cujas influências vão de MPB e rock ao rap e eletrônico. Essa pluralidade se manifesta de forma orgânica, resultando em um som moderno, mas enraizado na tradição.
Novos clássicos, novas estéticas
O projeto é promovido pelo selo Sujoground, que aposta na ruptura de fronteiras estéticas. Segundo os criadores, Maria Esmeralda é a tentativa de criar “novos clássicos” — obras que respeitam a história da música brasileira ao mesmo tempo em que a reinventam. “Nunca imaginamos que uma lenda como Marília Medalha coroaria esse trabalho. Foi a maior honra possível, unindo o antigo e o novo”, comenta iloveyoulangelo.
Cravinhos, um dos idealizadores, afirma que a estética sonora nasceu das vivências de cada integrante. “Não foi nada forçado. Cada um trouxe suas influências. O resultado é essa mistura que soa natural, mesmo com tantos elementos diversos.”
Maria como símbolo da coletividade
A persona de Maria Esmeralda é, ao mesmo tempo, singular e coletiva. Ela representa mulheres comuns em situações extraordinárias, envoltas em sentimentos contraditórios, como amor e ressentimento, força e fragilidade. Segundo Thalin, a intenção era construir uma personagem que fosse espelho do povo: “Maria é todas as mulheres. E também é a gente. A Esmeralda é o brilho escondido no ordinário.”
Além das faixas, o projeto também conta com visualizers e videoclipes no YouTube, ampliando a proposta sensorial da obra. O show no Teatro do Paiol vai traduzir esse universo em uma apresentação que mescla teatro, música e arte visual.
MARIA ESMERALDA | Thalin, Cravinhos, VCR Slim, Pirlo e iloveyoulangelo
Onde: Teatro do Paiol (Praça Guido Viaro, s/n, Prado Velho – Curitiba)
Quando: 2 de agosto (sábado), às 20h
Quanto: Ingressos à venda via meaple.com.br ou pelo Instagram @transpira.com.br