Por Marcos Anubis, especial para o Fringe

Lutemkrat – “The Eternal Resonance of Death”

Após cinco anos, o multi-instrumentista Tersis Zonato voltou a lançar um álbum de estúdio do projeto Lutemkrat. “The Eternal Resonance Of Death” retrata fielmente a abordagem musical do autor, profundamente enraizada no Black Metal.

Nas cinco faixas do CD, Tersis toca todos os instrumentos e canta, mostrando uma grande versatilidade nos arranjos. Músicas como a excelente “Black Fire Diffusion”, trabalhada com várias camadas de instrumentos e muito peso, são um mergulho nas atmosferas sombrias do estilo.

O novo trabalho do Lutemkrat é, sem dúvidas, um dos melhores lançamentos do Heavy Metal nacional, em 2025.

Eskröta – “Blasfêmea”

Yasmin Amaral (vocal e guitarra), Tamyris Leopoldo (baixo e backing vocals) e Jhon França (bateria), integrantes da banda paulista Eskröta, batalham desde 2017 no difícil cenário do underground brasileiro.

O som do trio é um Crossover (Heavy Metal apimentado outras influências igualmente pesadas) cru e direto. Liricamente, o grupo tem letras diretas e incisivas nas quais ataca sem piedade as mazelas da sociedade brasileira, como os inúmeros tipos de preconceito e o machismo.

No novo álbum, “Blasfêmea”, 3º lançamento da carreira do grupo nos últimos cinco anos, a Eskröta se mostra mais incisiva do que nunca, tanto na violência sonora quanto nos temas das letras.

Destaque para “LBR (Latina, Brasileira, Revolucionária)”, que conta com o peso extra dos tambores da banda pernambucana Cordel do Fogo Encantado.

Morcegula – “Caravana Dos Desajustados”

O duo carioca/mineiro Morcegula, formado por Henrique Badke (guitarra e vocal) e Rebeca Li (bateria e vocal), tem uma abordagem musical que mistura bandas aparentemente antagônicas, como o The Cramps e o B-52s.

O resultado? Guitarras envenenadas com a distorção “ardida” dos amplificadores valvulados, baterias primais e melodias vocais bem trabalhadas. “Caravana Dos Desajustados”, lançado no início de 2025, reflete bem essa sonoridade que pode ser definida superficialmente como Garage/Punk.

Entre as 13 faixas do álbum, “Dita Bruxa” talvez seja o melhor exemplo do que o Morcegula se propõe a fazer. O grupo é presença constante no circuito underground brasileiro e já fez parte até do renomado festival curitibano Psycho Carnival.

Karnak – “Mezozóico”

Formado em 1993 pelo genial músico e produtor André Abujamra, o Karnak se transformou rapidamente em uma banda cult, marcada pela originalidade e criatividade nas músicas.

O grupo contou com alguns dos músicos mais importantes da cena paulista, entre eles, o baterista Kuki Stolarski e o saxofonista Lloyd Bonnemaison. “Mezozóico” é o primeiro trabalho do Karnak desde “Nikodemus” (2020) e, como em todos os CDs da banda, apresenta uma junção de diversos estilos.

Nesse caldeirão, entram Rock, Baião, MPB e Música Caipira. Uma das faixas mais interessantes do novo álbum é “A Gente Já Era”, com uma levada cheia de groove, ao estilo Karnak. A mixagem do álbum foi de Evaldo Luna e do ex-vocalista das bandas curitibanas Sr. Banana e Skuba, Sergio Soffiatti, que também assinou a masterização.

Cigarras – “Sucessos do Futuro”

Nos últimos anos, a talentosa banda curitibana Cigarras vem “cumprindo” todos os requisitos para se tornar um dos grandes nomes do Rock nacional. Agora, o recém-lançado “Sucessos do Futuro” segue nessa caminhada que já vem chamando a atenção de Paulo Miklos, Edgard Scandurra e outros grandes nomes do Rock nacional.

O som das Cigarras, banda formada por Maria Paraguaya (vocal e guitarra), Taís D’Albuquerque (guitarra e backing vocals), Rubia Barreto (baixo e backing vocals) e Babi Age (bateria), é absolutamente inclassificável. Sem nenhum tipo de amarra, o quarteto incorpora de Punk Rock a música brega sem nenhum preconceito, construindo uma sonoridade extremamente original.

Em “Sucessos do Futuro”, a faixa que melhor retrata a alma musical das Cigarras é “Desordeiras”, na qual a letra exalta a importância de diversas mulheres que, ao longo da história, desafiaram o status quo masculino que insiste em dominar o mundo, entre elas Nina Hagen, Courtney Love e Betty Faria.

A canção ganhou até um clipe no qual as Cigarras criticam o machismo curitibano, personificado no vídeo pela “Confraria da XV”.

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