Para antecipar muitos dos debates da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém, em novembro, o Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, lança a partir desta sexta (18) a Ocupação Esquenta COP. A iniciativa inédita vai transformar o espaço em plataforma pública de escuta, mobilização e arte até a chegada da COP 30.
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A ideia é fazer da Ocupação Esquenta COP uma experiência coletiva que, em vez de esperar por soluções diplomáticas, proponha ideias sobre a questão climática “desde já, com os pés no chão e o corpo presente” como afirma o próprio manifesto da ocupação:
“Um amanhã que não é promessa, mas processo. Que não se anuncia pronto, mas se configura no coletivo — nas mãos, nos afetos, nas alianças”.
A programação, gratuita e diversa, inclui exposições, rodas de conversa, oficinas, shows e atividades educativas, a ocupação convida o público a refletir sobre os desafios socioambientais que marcam nosso tempo.

No total, seis exposições compõem a agenda cultural da Ocupação Esquenta COP, com destaque para a mostra “Claudia Andujar e seu universo: Ciência, Sustentabilidade e Espiritualidade”, que exibe 130 fotografias da renomada artista suíça-brasileira. As imagens dialogam com temas como cosmologia, ancestralidade, ciência e espiritualidade. A curadoria é de Paulo Herkenhoff, que propõe uma narrativa expandida de sustentabilidade — não apenas ambiental, mas existencial.
O projeto marca ainda a entrega de um novo espaço de 1.200 m² para exposições temporárias, consolidando o legado da ocupação e integrando as comemorações dos 10 anos do Museu do Amanhã, em dezembro de 2025. A proposta reforça o papel do museu como espaço público de experimentação, escuta ativa e formação crítica.
Água Pantanal Fogo
Com curadoria de Eder Chiodetto, a mostra apresenta registros de dois grandes nomes do fotojornalismo ambiental: Lalo de Almeida e Luciano Candisani. As fotografias de Lalo expõem a devastação provocada pelos incêndios no Pantanal em 2020. Já as imagens de Luciano capturam a abundância das águas durante o período de cheia na mesma região. A dualidade entre fogo e água conduz o visitante por um percurso de contrastes, que revela tanto a destruição quanto a vitalidade do bioma.
Tromba d’Água

Organizada pelo Instituto Artistas Latinas, sob curadoria de Ana Carla Soler, Carolina Rodrigues e Francela Carrera, a exposição “Tromba d’Água” reúne obras de 14 artistas mulheres da América Latina. Pinturas, videoarte, esculturas e fotografias dialogam com espiritualidade, ancestralidade indígena e conexão com a natureza. Participam da mostra nomes como Rosana Paulino, Suzana Queiroga e Marilyn Boror Bor (Guatemala), entre outras artistas do Brasil e da Argentina. A mostra também oferece oficinas e atividades educativas para aprofundar o debate sobre gênero, meio ambiente e justiça social.
Papos Quentes
Um dos pontos altos da ocupação é a série de debates “Papos Quentes”, que reúne cientistas, ativistas, artistas e pensadores de diferentes áreas para discutir o impacto das mudanças climáticas e estratégias de mobilização. Os encontros são abertos ao público e realizados na área externa do museu, com uma proposta de escuta horizontal e troca entre saberes populares, acadêmicos e tradicionais. A programação pode ser acompanhada pelo site do Museu do Amanhã.
Ocupação Esquenta COP
Onde: Museu do Amanhã – Praça Mauá, 1, Centro, Rio de Janeiro
Quando: De 18 de julho a 4 de novembro de 2025
Quanto: Entrada gratuita