“Só não deixei de sambar.”
A frase de Oscar da Penha, o Batatinha, volta a ecoar com força em agosto de 2025, quando se celebram os 100 anos de nascimento de um dos maiores poetas do samba brasileiro.
Para homenageá-lo, a Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), vinculada à Secretaria de Cultura da Bahia (Secult/BA), promove uma programação especial com shows e palestras em Salvador, Camaçari, Feira de Santana, Santo Amaro e Cachoeira.
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O projeto Centenário Batatinha terá como destaque o espetáculo itinerante Batatinha – 100 Anos de Samba e Poesia, idealizado, com cinco apresentações gratuitas em agosto, dirigido e interpretado por Dody Só, artista de forte ligação com a cultura afro-baiana.
Bacharel em Cinema e Vídeo, o artista é também cantor, poeta e diretor, conhecido por obras que exaltam mestres da memória e expressam uma linguagem cênico-musical profunda e comunicativa.
Além dos shows, haverá palestras antes de cada apresentação, ministradas por Artur da Penha, filho do compositor contando histórias e curiosidades sobre a vida e a obra do pai.
Samba como herança
A proposta do projeto vai além do palco. Em parceria com a Secretaria de Educação da Bahia, parte da programação será levada a escolas públicas. O objetivo é despertar nos estudantes e educadores o interesse pelo samba como expressão de identidade e valorizar a Bahia como berço desse gênero musical.
O poeta do Maciel
Nascido no Pelourinho, em 5 de agosto de 1924, Oscar da Penha iniciou sua vida profissional como aprendiz de sapateiro e contínuo da Imprensa Oficial da Bahia. Mas foi na música que encontrou sua missão. Autor de 116 canções, teve suas obras gravadas por Gal Costa, Beth Carvalho e Caetano Veloso.
Batatinha foi um cronista do cotidiano baiano. Suas letras cantaram amores impossíveis, saudades e silêncios com lirismo e sofisticação. Suas raízes estão profundamente entrelaçadas com as tradições negras da Bahia, o que torna sua revisitação não apenas artística, mas política: um gesto contra o apagamento cultural.
Dorival Caymmi dizia que ele fazia “samba de estufa”. De fato, o estilo de Batatinha era íntimo, elegante e minimalista. Criador do Dia Municipal do Samba em Salvador, em 1973, o compositor faleceu em 1997, aos 72 anos, deixando um legado que ainda ecoa nas ladeiras, nos terreiros e no coração do povo baiano.
Programação
- 01/08 – Salvador
Com Juliana Ribeiro
Praça Quincas Berro d’Água (Pelourinho) – 20h - 08/08 – Camaçari
Com Nelson Rufino
Colégio Estadual de Tempo Integral Gonçalo Muniz – 19h - 15/08 – Feira de Santana
Com Zé Araújo
Colégio Estadual de Tempo Integral de Feira de Santana – 19h - 22/08 – Santo Amaro
Com J. Velloso
Colégio Teodoro Sampaio – 19h - 29/08 – Cachoeira
Com Claudya Costta
Colégio Estadual de Cachoeira – 19h
Batatinha – 100 Anos de Samba e Poesia
Onde: Salvador, Camaçari, Feira de Santana, Santo Amaro e Cachoeira
Quando: 01, 08, 15, 22 e 29 de agosto de 2025
Quanto: Gratuito