Após dois dias dedicados às produções estudantis, o 53º Festival de Cinema de Gramado inicia oficialmente sua programação nesta sexta-feira (15), no Palácio dos Festivais. A abertura reúne atividades desde a manhã até a aguardada sessão de gala, marcada por uma homenagem a Rodrigo Santoro e pela exibição de O Último Azul, novo filme de Gabriel Mascaro.
+ Leia Também + OPINIÃO – ‘Os Enforcados’ e o cômico submundo carioca
A programação começou às 8h30, com a Sessão Infantil e a première mundial da série Comer, Beber e Aprender, de entrada franca. A produção, híbrido de live action, animação e documentário, acompanha a curiosa Helena (Helenna Fernandes) explorando receitas e tradições culinárias no Vale do Capão, na Bahia.
A partir das 16h, o público toma o tapete vermelho para a cerimônia de abertura, que recebe autoridades, convidados e a tradicional apresentação da Orquestra Sinfônica de Gramado. Às 18h, o evento presta tributo a Rodrigo Santoro, que recebe o Troféu Kikito de Cristal pelo conjunto da obra. O ator também eterniza suas mãos na Calçada da Fama de Gramado antes da solenidade.
Em agosto, Santoro completa 50 anos, celebrando mais de três décadas de carreira e um percurso que alterna, com naturalidade, o cinema nacional e Hollywood. Do impacto de Bicho de Sete Cabeças e Abril Despedaçado às superproduções 300, Simplesmente Amor e Che, passando pelas séries Lost e Westworld, sua trajetória ajudou a ampliar o alcance internacional do cinema brasileiro.
Estreia nacional e tapete azul
Após a homenagem, o festival exibe O Último Azul, estrelado por Denise Weinberg, Rodrigo Santoro, Adanilo e Miriam Socarrás. Para marcar a estreia nacional do longa, o emblemático tapete vermelho será substituído pela cor azul.
Premiado com o Urso de Prata no Festival de Berlim deste ano, o filme venceu também o Prêmio do Júri Ecumênico e o troféu de Melhor Filme Ibero-americano de Ficção no Festival Internacional de Cine en Guadalajara, onde Denise Weinberg recebeu o prêmio de melhor interpretação.
A narrativa, ambientada na Amazônia, apresenta um Brasil quase distópico, onde o governo transfere idosos para colônias habitacionais para “desfrutar” seus últimos anos. Tereza (Weinberg), aos 77 anos, decide empreender uma última jornada antes do exílio compulsório. Santoro interpreta um papel central na trama, que combina poesia e política para refletir sobre resistência, envelhecimento e vínculos humanos, em uma travessia pelos rios da região.