Ninguém levou o samba tão longe quanto Jorge Aragão. Em 1997, “Coisinha do Pai”, composta por ele, Almir Guineto e Luiz Carlos, eternizada na voz de Beth Carvalho, foi escolhida – indicada por uma engenheira brasileira – pela NASA para “acordar” o Sojourner, o primeiro robô a explorar a superfície de Marte.
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Ter saído da quadra do Cacique de Ramos ao espaço sideral, é só um dos feitos do compositor carioca aque passa sua carreira em revista no projeto “Jorge Aragão 50 anos de Poesia”, com shows, oficinas e exposições em dez cidades do Brasil. A próxima parada será em Porto Alegre, no dia 3 de setembro, no Auditório Araújo Vianna. A entrada é gratuita, mediante cadastro.
Projeto cultural e educativo
Idealizada por Tânia Aragão, a iniciativa amplia a relação entre o compositor e seu público. Professores e alunos da rede pública, quilombolas, ONGs e estudantes de música estão entre os convidados a participar. Além do espetáculo, serão oferecidas oficinas de instrumentos e palestras temáticas com músicos da banda de Aragão.
Repertório de clássicos

O show apresenta sucessos que marcaram a carreira, como “Malandro”, “Tendência”, “Coisa de Pele”, “Lucidez”, “Vou festejar”, “Moleque Atrevido” e “Identidade”. No palco, Aragão divide cena com o ator Lucas Popeta, narrador da história. A direção é de Afonso Carvalho, com direção musical de Jerominho Fernandes e cenário de Zé Carratu.
Exposição e acessibilidade
Nos foyers do teatro, o público terá acesso a uma exposição com painéis fotográficos e audiovisuais desenvolvida por Gilberto Borges e curadoria de Vera Pasqualin. Todos os espetáculos contam com transmissão em Libras.
A turnê ainda passará por Curitiba, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Recife, Salvador, Campo Grande, Vitória e Teresina. A direção geral é de Afonso Carvalho e Tânia Aragão. Toda a temporada será registrada em documentário assinado por Adriano Von Markendorf.
Trajetória do sambista
Nascido em Padre Miguel, no Rio de Janeiro, em 1949, Jorge Aragão é um dos maiores nomes do samba. Foi no Cacique de Ramos que conheceu Beth Carvalho, responsável por eternizar “Vou festejar” e “Coisinha do Pai”.
Com mais de 20 álbuns lançados, Aragão já foi gravado por Elza Soares, Martinho da Vila, Dona Ivone Lara, Emílio Santiago, Elba Ramalho, Maria Rita e Seu Jorge. Em 2016, foi o protagonista do projeto Sambabook e já esteve entre os indicados ao Grammy Latino. Meio século depois, mantém-se como referência do samba brasileiro.
Jorge Aragão – 50 anos de poesia
Onde: Auditório Araújo Vianna, Porto Alegre
Quando: 3 de setembro
Quanto: Gratuito (mediante cadastro prévio no site oficial, sujeito à lotação)