Por Gabriel Costa, especial para o Fringe

Seja pela carreira solo altamente experimental ou pelas colaborações com nomes de peso como Kendrick Lamar e Mac Miller, o baixista Thundercat consolidou-se como um dos artistas mais empolgantes da última década.
Seu som, que mistura jazz, soul, R&B e funk, transita entre explosões elétricas que fazem o público sair do chão e passagens instrumentais hipnóticas, sempre como demonstração de sua virtuosidade.

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No último domingo (24), Thundercat abriu o Curitiba Jazz Sessions com um espetáculo na Ópera de Arame lotada. Durante a apresentação, manteve conversas descontraídas com a plateia, cheias de histórias inéditas sobre suas composições, sempre com o humor peculiar do baixista e, claro, com solos de baixo e bateria arrebatadores.

Indo contra a maré, Thundercat não tem receio de brincar com as próprias melodias. Canções aparentemente simples se transformam em épicos de longa duração, sempre tocados com intensidade visceral — como se o músico estivesse redescobrindo cada nota em tempo real. Sua paixão pela música contagia a plateia, que acompanha em transe as experimentações e improvisos.

Pedro Martins

Entre tantos momentos marcantes do show, chamou atenção a reverência do norte-americano a um músico brasileiro: Pedro Martins. Thundercat não poupou elogios ao guitarrista, a quem creditou ideias, aprendizados e até composições. A parceria dos dois já rendeu frutos: no mais recente álbum de Pedro, Rádio Mistério, Thundercat participa da faixa Isn’t It Strange.

Além da reverência a Pedro, o baixista não poupou elogios ao Brasil ao longo da apresentação. Chegou inclusive a dizer que algumas de suas canções mais picantes foram feitas após sua primeira turnê no país, quando viveu um verão apaixonado com uma ex-namorada.

No palco, Thundercat demonstra uma habilidade rara: a de criar um vínculo íntimo com cada espectador, como se fossem 1.500 apresentações particulares dentro da Ópera de Arame. É essa conexão direta que separa os bons performers dos excepcionais.

Um dos momentos mais emocionantes da noite foi a homenagem a Mac Miller, amigo e parceiro de longa data, através da canção What’s The Use — marcada pelo riff de baixo composto pelo próprio Thundercat. Entre notas carregadas de sentimento, ecoou o grito: “We love you, Mac!”. Como fã, saí do show com a sensação de que, enquanto houver Thundercat no palco, o legado de Mac jamais será esquecido.

Para aqueles que aguardam um novo álbum de Thundercat — afinal, já se passaram cinco anos desde It Is What It Is —, fiquem tranquilos. No final do show, o artista garantiu: tem coisa nova vindo por aí. E, conhecendo o padrão Thundercat de qualidade, não poderia estar mais ansioso.

A próxima atração do Curitiba Jazz Sessions é Kamasi Washington, no dia 3 de setembro. Também imperdível.

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