O Mangue Beat colocou a música de Recife no mapa mundial ao universalizar elementos da cultura da região. Acertando o passo com o que acontecia no mundo dos anos 1990, criou uma arte cosmopolita e original, que foi além da música.
À frente do movimento, o talentosíssimo Chico Science e sua Nação Zumbi, com guitarras gingadas, baixo marcante e percussão dominante pinceladas entre influências de funk, rock, hip hop e maracatu, foram a trilha sonora do Manifesto dos Caranguejos com Cérebro.
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O texto, escrito por ele e Fred Zero Quatro (Mundo Livre S/A), era uma espécie de guia do Mangue Beat e tinha entre suas prioridades a abordagem de temas sociais. O estilo foi (e continua sendo) tão importante que até hoje nos perguntamos o que Chico teria inventado se ainda estivesse vivo.
Infelizmente, em 1997 e aos 31 anos, o grande mestre do movimento nos deixou. Mas sua história agora vai ser contada em um teatro musical que promete reviver alguns dos grandes momentos de sua vida e obra.
Com texto de Johnny Salaberg e direção de Pedro Granato, o espetáculo deve estrear em São Paulo (SP) em 2026 para celebrar o 60º aniversário de Science.
Com direção musical de Lucio Maia, guitarrista da Nação Zumbi, a montagem tem pesquisa da jornalista Lorena Calábria, autora de Da lama ao caos (1994), título imortal do Mangue Beat e que conta a história do primeiro e sensacional disco de Science e da Nação Zumbi. Estão previstas cerca de 20 apresentações na capital paulista.
O repertório vai contar com clássicos como “Da Lama ao Caos” e “A Cidade” (1994), “Manguetown” (1996) e a regravação de “Maracatu Atômico” (1974), de Jorge Mautner e Nelson Jacobina, entre outros grandes hits da história do grupo.
Relembre
Da Lama ao Caos, single que dá nome ao primeiro disco de Science e da Nação. Álbum fundamental da música brasileira:
Afrociberdelia, segundo disco que foi lançado em 1996, nos deu o clássico Manguetown:
Maracatu Atômico talvez seja uma das músicas mais criativas musicalmente da década de 90: