O ator, diretor e ativista Sean Penn, duas vezes vencedor do Oscar, é o novo nome de peso a integrar a equipe de MANAS, primeiro longa de ficção da cineasta Marianna Brennand. O filme, já cotado para representar o Brasil no Oscar 2026, ganha fôlego extra com a entrada do norte-americano como produtor executivo. Ao lado dele, estão Walter Salles, Maria Carlota Bruno e os irmãos belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne, ampliando a força internacional da obra.
+ Leia Também + Manas: filme premiado retrata abusos reais na Ilha de Marajó
A novidade coincide com outro marco importante: o fechamento da distribuição nos Estados Unidos com a KimStim, distribuidora de cinema independente que planeja lançar o longa em cerca de 20 cidades. Segundo a empresa, o objetivo é apoiar MANAS não só comercialmente, mas também na corrida pelo Oscar.
A visão de Sean Penn
Em declaração à imprensa, Penn ressaltou a força da obra:
“Na tradição de Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, o filme de Marianna Brennand dá continuidade a um legado consistente do cinema brasileiro: obras de enorme relevância social que não recorrem à polêmica ou ao sensacionalismo, mas confiam plenamente na verdade e na coragem de suas personagens. MANAS é visceral, comovente e importante. Depois de assistir ao filme, senti como se precisasse vestir novamente a minha própria pele.”
A diretora recorda o encontro com Penn em Cannes, quando recebeu o Women in Motion Emerging Talent Award, ao lado de Nicole Kidman. “Sean pediu para me conhecer naquela noite. Disse que precisava saber quem estava por trás das palavras do discurso. Quando viu o filme, ficou profundamente comovido e desde então se comprometeu a levá-lo ainda mais longe”, relembra Brennand.
Força coletiva

Marianna ressalta a relevância do apoio: “Sean sempre foi uma inspiração, não só como cineasta, mas como ativista social e humanitário. MANAS nasceu do desejo de despertar empatia e provocar transformação social. Tê-lo como produtor executivo, ao lado de Walter Salles e dos irmãos Dardenne, é um passo potente na jornada do filme.”
Rodado na Amazônia, o longa traz no elenco Jamilli Correa, estreante no papel de Marcielle/Tielle, além de Dira Paes, Fátima Macedo e Rômulo Braga. O roteiro foi desenvolvido em parceria por Felipe Sholl, Marcelo Grabowsky, Marianna Brennand, Antonia Pellegrino, Camila Agustini e Carolina Benevides.
A fagulha inicial veio da constatação de casos reais de exploração sexual de crianças nas balsas do Rio Tajapuru, no Pará. A diretora explica que a ficção foi o caminho ético para abordar o tema sem revitimizar mulheres e meninas. “Optei por fincar o filme em um naturalismo que se liga ao documental, mas que preserva a dignidade das experiências retratadas”, comenta.
Trajetória internacional
Desde sua estreia em Veneza, em agosto de 2024, MANAS conquistou 26 prêmios em festivais de prestígio. Foi o único filme brasileiro a ser reconhecido tanto em Veneza quanto em Cannes na temporada 2024-2025. A estreia comercial no Brasil ocorreu em maio de 2025, e o longa já foi exibido em seis países, com calorosa recepção de público e crítica.
Prêmios conquistados por MANAS
- Director’s Award – Giornate degli Autori, Festival de Veneza, Itália
- Prêmio Especial do Júri para Jamilli Correa – Festival do Rio, Brasil
- Prêmio do Júri de Melhor Filme Brasileiro – Festival de São Paulo, Brasil
- Prêmio de Novo Talento Internacional (Júri) – Mannheim-Heidelberg, Alemanha
- Prêmio Estudantil – Mannheim-Heidelberg, Alemanha
- Prêmio Especial do Júri – Festival de Huelva, Espanha
- Prêmio do Público – Festival de Huelva, Espanha
- Prêmio do Público – Festival dos 3 Continentes de Nantes, França
- Prêmio François-Chalais de Melhor Roteiro – 37º Encontro Cinematográfico de Cannes, França
- Prêmio da Crítica – Mostra de Cinema de Gostoso, Brasil
- Melhor Primeiro Longa-Metragem – Festival Global de Santo Domingo, República Dominicana
- Melhor Direção – Festival Aruanda, João Pessoa, Brasil
- Menção Honrosa pela Direção de Elenco – Festival Aruanda, João Pessoa, Brasil
- Prêmio Pangea – Universidade Agrária de Havana, Cuba
- Prêmio El Megano – Federação de Cineclubes de Cuba
- Prêmio Casa das Américas – Festival Internacional do Novo Cinema Latino-Americano, Cuba
- Prêmio Centro Memorial Martin Luther King – Havana, Cuba
- Melhor Filme – Festival de Cinema de São Bernardo, Brasil
- Melhor Roteiro – Festival de Cinema de São Bernardo, Brasil
- Melhor Atriz Coadjuvante (Dira Paes) – Festival de São Bernardo, Brasil
- Melhor Filme Ibero-Americano (Menção Especial) – Palm Springs, EUA
- Prêmio de Ficção Golden Lynx – FEST New Directors New Films, Portugal
- Grande Prêmio do Júri – Movies That Matter, Holanda
- Prêmio do Público – Innsbruck, Áustria
- Menção Honrosa – Festival TOFIFEST, Polônia
- Women In Motion Emerging Talent Award – Kering e Festival de Cannes, França