O jornalista, historiador e escritor Murilo Fiuza de Melo lança no dia 1º de setembro, no Palacete Faciola, em Belém, o livro Clara Pandolfo, uma cientista da Amazônia. A obra apresenta a história da pesquisadora paraense que, desde os anos 1930, lutou pelo desenvolvimento sustentável da floresta e ocupou espaços antes reservados apenas aos homens.

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O projeto vai além do livro impresso. Inclui também um minidocumentário, um site e um ciclo de palestras voltado a estudantes do ensino médio e universitários do Pará. O objetivo é resgatar a memória da cientista e aproximar novas gerações de sua contribuição pioneira. A iniciativa tem patrocínio master da Vale e apoio do Instituto YUDQS.

Pioneirismo feminino

Clara Pandolfo foi a primeira mulher a se formar em química na região Norte, em 1929, aos 17 anos, e uma das cinco primeiras do país. Atuou no movimento feminista em defesa do voto das mulheres e destacou-se como referência intelectual em um período marcado por barreiras de gênero.

“Ao longo da vida, Clara enfrentou resistências que ainda persistem, mas construiu um legado de vida pública exemplar”, destaca Murilo Fiuza de Melo, neto da cientista.

Ciência para a floresta

Muito antes das políticas públicas ambientais, Clara defendia o manejo florestal sustentável e chegou a propor, no início dos anos 1970, o uso de satélites para monitorar o desmatamento na Amazônia.

“A única ocupação econômica que não destrói a cobertura florestal é a exploração organizada, que permite o uso indefinido dos recursos”, afirmou em 1972.

Trajetória acadêmica

Em sua carreira, Clara foi a última diretora da Escola de Química Superior do Pará, entre 1961 e 1964, período em que implantou o Laboratório de Análise Espectral, pioneiro na região. Também deixou contribuições relevantes no campo da química das plantas amazônicas, tema de sua monografia de graduação.

Legado

Clara Pandolfo faleceu em 2009, aos 97 anos. Sua história ganha agora nova visibilidade com o projeto de Murilo, que reafirma o papel da ciência na Amazônia e a importância das mulheres nesse processo.

“O projeto mostra que a ciência pode e deve ser produzida na Amazônia e por mulheres. Clara é um ponto de inspiração para novas gerações”, afirma o autor.

O livro será distribuído gratuitamente em escolas e bibliotecas públicas do Pará e estará disponível em versão impressa, digital e audiobook no site www.clarapandolfo.online, a partir de 1º de setembro.

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