Brasil, final da década de 80. O vírus do HIV se espalha pelo país, especialmente dentro da comunidade LGBTQ+, causando um desastre sanitário onde leitos de hospitais vivem cheios e as mortes em decorrência da doença são iminentes.
Fernando, vivido por Johnny Massaro e personagem central da história, é um comissário de bordo da Fly Brasil, empresa aérea que opera voos para os Estados Unidos. No enredo, ele acaba contraindo a doença e é apoiado pela sua melhor amiga, Lea (Bruna Linzmeyer), com quem trabalha na mesma companhia.
Já Raul, personagem de Ícaro Silva, é proprietário de uma boate onde o vírus é assunto recorrente e acaba por infectar frequentadores e artistas do local.
A minissérie Máscaras de Oxigênio Não Cairão Automaticamente é uma história que poderia ser a sua, a minha, a nossa ou de alguém da nossa família se os tratamentos para a AIDS não tivessem evoluído tanto ao ponto do vírus ser até indetectável nos dias de hoje. Mas isso começa pelo AZT, primeira droga que combateu a doença e que não era comercializada no Brasil até 1996. Antes disso, todo o medicamento era contrabandeado exatamente por comissários de bordo. Uma história real que baseou a série da HBO em parceria com a Morena Filmes.
O “contrabando do amor” da vida real
Na década de 80, funcionários da extinta companhia aérea Varig formaram uma rede de contrabando de AZT vindo dos Estados Unidos e da Itália. Isso segundo relatos reunidos pela BBC, em 2020. Como não era necessário os comissários de voo passarem pela alfândega, o medicamento entrava facilmente no Brasil e era distribuído na sede da própria empresa.
O AZT não era vendido. O medicamento era doado sem custos para quem realmente necessitava, o que acabou ajudando pessoas em situação de vulnerabilidade.
Da vida real para a série
Em uma época onde o HIV ainda era pouco levado a sério, a disseminação do vírus se tornava algo corriqueiro. É assim que Fernando, em uma vida de luxúria, contrai a doença e passa a viver o pesadelo da “sentença de morte” e da falta de informação, como se o vírus fosse altamente contagioso apenas pelo toque ou pelo compartilhamento de objetos.
As angústias e o desespero dos personagens dão a dimensão do que foi a epidemia da AIDS e até de como era difícil propagar a informação correta, isso sem contar no preconceito.
A série, idealizada por Thiago Pimentel, criada por Patricia Corso e Leonardo Moreira, é uma verdadeira cartilha de prevenção e informação sobre AIDS. Um histórico perfeito do estrago que ela fez no Brasil e no mundo.
Onde ver: HBO
Quantidade de episódios: cinco (teve início em 31 de agosto). Um episódio por semana.