Pop, trap, música eletrônica e rock. Normalmente, estes são os estilos musicais que costumam abraçar a juventude. Entretanto, uma recente pesquisa do Spotify aponta um número crescente de plays no consumo de MPB entre pessoas de 18 a 24 anos.

A plataforma mostra que, entre 2022 e 2024, o crescimento da busca por música brasileira aumentou 64%. Dentro desse percentual, cerca de 25,1% vem dos jovens. Mas qual seria o motivo?

Renovação

Os Gilsons são exemplo da nova MPB. Foto: divulgação

Contextos, sonoridades e feats. A nova MPB (título usado para artistas que se apropriam da estética do estilo) apresentou aos ouvintes referências clássicas com modernidade. É o caso de bandas e artistas como Gilsons, ANAVITÓRIA e Liniker. Isso também vale para feats que seriam inesperados há alguns anos. BK, por exemplo, tem a participação de Djavan na canção “Só eu Sei”. Outro exemplo é “Lágrimas”, de Baco Exu do Blues com feat/sample de Gal Costa.

Mas nem tudo é novo!

A pesquisa também mostra um número crescente de ouvintes da MPB clássica, como Marisa Monte, Tim Maia e Chico Buarque, o que pode ter relação com a curiosidade da geração ao escutar seus novos ídolos e buscar os artistas que deram início ao movimento.

Festivais

Rachel Reis é um dos expoentes da MPB contemporânea. Foto: divulgação

Outro ponto importante é destacar os diversos festivais que vêm trazendo esses e outros nomes para o line-up. O The Town, por exemplo, levou ao palco Geraldo Azevedo, Rachel Reis e João Bosco Quarteto no mesmo dia de Katy Perry e Camila Cabello. Ou seja, públicos teoricamente diferentes, mas que podem ser apresentados às novas sonoridades.

Outros eventos como Coala, Rock The Mountain e Sarará também misturam diversos ritmos dentro da própria música brasileira e têm atraído um público relativamente jovem às suas edições.

A MPB respira e abraça o futuro

Diferente de outros ritmos, o estilo – ainda segundo a pesquisa – foi o único que cresceu proporcionalmente nos últimos três anos. Isso se deve a muito mais do que apenas estar em evidência na geração Z. A MPB é rica e soma elementos sonoros de um país continental que sempre se reinventa.

Não há gesso capaz de imobilizar o Samba, o Brega, a Bossa Nova, o Funk, o Piseiro e tantos outros ritmos que surgem instantaneamente nos limites das nossas fronteiras.

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Jornalista, DJ e especialista em música brasileira

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