Faz apenas seis anos que o município de Queimados (RJ) viu Milena Pinto de Oliveira vencer o Prêmio Genius Brasil 2019 como revelação do rap e furar as fronteiras.

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De lá para cá, Ebony, de apenas 25 anos, gravou 3 álbuns e ganhou reconhecimento para além da bolha do trap (vertente do rap) e assumiu a responsabilidade de ser uma das novas vozes do estilo.

Foi aí que ela caiu no gosto da juventude que gosta das letras que exploram a liberdade sexual – ou pra ser mais específica, de putaria mesmo.

Mas ela é muito mais que isso.

Além dos álbuns muito bem produzidos, Ebony se transforma no palco: abre o show vestida de freira e dança ao lado das suas duas bailarinas.

Assim, ela desfila as canções dos seus discos como SXO, Terapia, Sem Neurose, Gin com Suco de Laranja, Extraordinária entre tantas outras.

Explosiva.

Ebony dando aula de trap em Curitiba. Foto: Judy Anverce

Em meio a apresentação, a chuva de calcinhas – que viraram uma “tradição” em suas apresentações – recalcula a rota do show assim como a própria artista parece ter recalculado seus desejos.

E ela fala com orgulho que é uma colecionadora de calcinhas das fãs. Meio que uma nova “Wanda” da cena musical.

Ebony tem presença e vai pegando as calcinhas no ar ao mesmo tempo que entoa seu rap safado para uma plateia extremamente jovem e fora do circuito do qual o ritmo estava acostumado.

Se antes o rap era considerado a música do gueto, agora é uma espécie de novo hino da juventude que também mora nos bons apartamentos das regiões nobres das cidades. E a artista tem grande parte de culpa nisso.

Mas sim… o gueto ainda está lá representado por ela e chega tanto para os quartos mais humildes quanto para o apartamento bem decorado.

E isso é ótimo, porque seu discurso politizado também atinge uma classe mais abastada. E é assim que ela deve pensar quando levanta uma bandeira palestina em cima do palco.

Voz de uma nova geração e que nunca se preocupou com opiniões contrárias, a artista lidera ao lado de outros nomes como Ajuliacosta, Tássia Reis, Lourena, Duquesa entre outras, a nova força feminina do rap nacional.

E estamos aqui para prestigiar.

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Jornalista, DJ e especialista em música brasileira

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