Os vencedores do Prêmio Jabuti 2025 foram anunciados na noite desta segunda-feira (27), em uma cerimônia no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Pela primeira vez em décadas, o prêmio foi entregue fora de São Paulo, pois o evento celebrou o título do Rio como Capital Mundial do Livro, concedido pela Unesco e válido até abril de 2026.

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Apresentada pelos atores Marisa Orth e Silvio Guindane, a cerimônia teve como grande vencedor o escritor, biógrafo e jornalista Ruy Castro, que recebeu o prêmio de Livro do Ano por O ouvidor do Brasil: 99 vezes Tom Jobim (Companhia das Letras). A obra, que reúne 99 crônicas sobre o maestro, também venceu na categoria Crônica.

Em seu discurso, Castro — que é membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) — afirmou que se vê apenas como “alguém que faz perguntas” e que dedica sua escrita às histórias do Rio.

Ana Maria Machado é a Personalidade Literária do Ano

Ana Maria Machado: personalidade literária. Foto: Guito Moreto

A escritora Ana Maria Machado foi escolhida Personalidade Literária do Ano. A autora de Bisa Bia, Bisa Bel e integrante da ABL foi homenageada em vídeo por nomes como Ruth Rocha, Pedro Bandeira, Dirce Waltrick do Amarante e o próprio Ruy Castro. Emocionada, agradeceu: “É um reconhecimento que vem do povo do livro, a minha gente.”

Destaques

Entre os vencedores, a diversidade de gêneros e temas marcou a 67ª edição do prêmio. No eixo Inovação, Maracujá interrompida, de Luis Osete (Cepe), venceu como Escritor Estreante – Poesia, enquanto Sangue Neon, de Marcelo Henrique Silva (Faria e Silva), foi o destaque em Romance de Estreia.

Na categoria Fomento à Leitura, o vencedor foi o programa público Rio Capital Mundial do Livro, que fortalece bibliotecas e políticas de incentivo à leitura.

O eixo Não Ficção premiou Letramento racial: uma proposta de reconstrução da democracia brasileira, de Adilson José Moreira, na categoria Educação; e Felicidade ordinária, da psicanalista Vera Iaconelli, em Saúde e Bem-estar. Em Biografia e Reportagem, o troféu foi para Longe do ninho, de Daniela Arbex, sobre o incêndio no alojamento do Flamengo, que gerou comoção no Theatro Municipal.

Na Produção Editorial, o destaque ficou para Palavra, do Instituto Tomie Ohtake, eleito o melhor Projeto Gráfico, e para Kiko Farkas, premiado por sua capa de Acrobata.

Outros premiados na literatura

O poeta Armando Freitas Filho, homenageado in memoriam, venceu na categoria Poesia com Respiro.
O livro infantil Estações, de Daniel Munduruku e Marilda Castanha, foi eleito o melhor da categoria, enquanto O silêncio de Kazuki, de André Kondo, ganhou entre os juvenis.
O quadrinista Orlandeli levou o Jabuti de Histórias em Quadrinhos por Mais uma história para o velho Smith.
Em Romance Literário, o vencedor foi Tony Bellotto, com Vento em setembro.

O Jabuti

Criado em 1958, o Prêmio Jabuti é o mais tradicional da literatura brasileira. Em 2025, o concurso recebeu 4.530 inscrições, número que, segundo o curador Hubert Alquéres, “demonstra a vitalidade da produção literária nacional”. Cada vencedor de categoria recebeu R$ 5 mil, enquanto Ruy Castro levou R$ 70 mil e uma viagem à Feira do Livro de Londres 2026, no âmbito das comemorações do Ano da Cultura Brasil–Reino Unido.

Prêmio Jabuti 2025

Onde: Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Quando: 27 de outubro de 2025
Premiação principal: Livro do Ano – O ouvidor do Brasil: 99 vezes Tom Jobim, de Ruy Castro (Companhia das Letras)
Personalidade Literária: Ana Maria Machado

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Sandro Moser é jornalista e escritor.

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