Morreu neste sábado (13), aos 95 anos, no Rio de Janeiro, o ator, diretor, produtor e comentarista de carnaval Haroldo Costa, um dos nomes mais importantes da cultura brasileira do século 20. A morte foi confirmada pela família, que informou, em comunicado, que os detalhes sobre velório e sepultamento seriam divulgados posteriormente.
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Figura pioneira nas artes cênicas, Haroldo Costa entrou para a história ao se tornar o primeiro ator negro a se apresentar no palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, rompendo barreiras raciais em um dos espaços mais simbólicos da cultura erudita do país. Sua trajetória foi marcada pela defesa da cultura negra, pela valorização do samba e pelo diálogo permanente entre teatro popular, televisão e carnaval.
Na televisão, Haroldo Costa teve papel fundamental na formação da TV brasileira. Ele integrou a equipe que ajudou a inaugurar a TV Globo em 1965, atuando como produtor e diretor de alguns dos primeiros programas da emissora. Ao longo da carreira, dirigiu e trabalhou com grandes nomes do entretenimento nacional, como Dercy Gonçalves, Chacrinha e outros artistas que moldaram a linguagem da TV no país.
Além do teatro e da televisão, Haroldo Costa construiu uma relação profunda com o carnaval carioca. Tornou-se referência como comentarista e pesquisador do samba, acompanhando desfiles, escolas e transformações da festa ao longo de décadas. Seu olhar combinava rigor histórico, paixão popular e compromisso com a memória cultural afro-brasileira.
Intelectual atento às questões raciais, Haroldo Costa também se destacou como pensador da cultura negra no Brasil, sempre defendendo o reconhecimento dos artistas negros e a preservação de suas contribuições para a identidade nacional.
Com sua morte, o Brasil perde não apenas um artista, mas um pioneiro, cuja trajetória abriu caminhos, ocupou espaços interditados e ajudou a reescrever a história das artes e da cultura popular no país.

