A COP 30, conferência internacional sobre o clima, começa no próximo dia 10 de novembro, em Belém, capital do Pará.

A cidade, marcada por sua multiplicidade cultural e pela convivência entre tradições amazônicas e modernidade urbana, será o ponto de encontro de líderes mundiais em torno da pauta ambiental, sei deixar de ser um palco da diversidade artística e musical do Norte do Brasil.

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Belém é um caldeirão de expressões culturais: artes visuais, culinária, literatura, música, teatro e dança refletem a fusão de elementos indígenas, afro-brasileiros e europeus que moldam a identidade amazônica.

Essa mistura se traduz na sonoridade inconfundível da região — do carimbó ao tecnobrega, da guitarrada ao brega pop.

Às vésperas da COP 30, vamos ouvir 5 artistas que representam os bons sons do território que abriga a maior floresta tropical do planeta e um dos repertórios musicais mais ricos do país.

Joelma: carisma que atravessou fronteiras

Falar da música paraense é falar de Joelma. A cantora, que ganhou projeção nacional à frente da banda Calypso, carrega o nome do Pará com um ritmo inconfundível que mistura brega, lambada, merengue e sonoridades caribenhas. Joelma consolidou-se como uma das principais intérpretes do Norte, levando o calor amazônico aos palcos de todo o Brasil e do exterior.

Gaby Amarantos: o tecnobrega contemporâneo

Com o disco-filme “Rock Doido”, lançado recentemente, Gaby Amarantos reafirma sua posição como um dos nomes mais inventivos da música brasileira. A artista, que ganhou projeção com o tecnobrega de Belém, mistura eletrônica, pop e tradição popular, transformando o gênero em linguagem universal. Sua trajetória é também uma narrativa de afirmação da mulher amazônica e periférica na música.

Dona Onete: a rainha do carimbó chamegado

Aos 86 anos, Dona Onete segue encantando plateias com o seu carimbó chamegado, uma vertente sensual e poética do ritmo paraense. Professora, compositora e cantora, ela é reconhecida como rainha do carimbó, e sua voz carrega histórias, afetos e resistências que atravessam gerações. O vigor artístico da artista reforça o papel das mulheres na preservação da cultura amazônica.

Pinduca: o rei do ritmo paraense

Se o carimbó tem uma rainha, também tem um rei. Pinduca, com mais de 60 anos de carreira, é considerado patrimônio vivo da cultura do Pará. Criador do termo “carimbó moderno”, o artista inovou ao incorporar instrumentos elétricos e elementos de outros ritmos ao gênero tradicional, tornando-se um símbolo de identidade popular e de longevidade criativa.

Jaloo: o pop eletrônico da nova geração

A nova geração da música paraense se reflete em Jaloo, artista que mistura MPB, música eletrônica, funk e tecnobrega com uma estética futurista e urbana. Ícone da juventude nortista, Jaloo amplia as fronteiras da música brasileira e reafirma a vitalidade da produção independente no Pará. Sua sonoridade traduz o espírito de um Norte conectado, experimental e afetivo. linguagens de uma mesma paisagem musical: a que nasce do povo, resiste na floresta e ecoa para o mundo.

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Jornalista, DJ e especialista em música brasileira

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