Dá para perceber já nos primeiros segundos do disco Ludom, lançado hoje (5), nas plataformas digitais, uma concordância sonora incomum.

Não que Luciane Dom, produtora e compositora fluminense se atreva tanto a ponto de deixar seu novo trabalho experimental, mas sim pela dificuldade que é unir ritmos como pop, afrobeat, R$B e MPB e deixá-los coerentes.

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Ludom (abreviação do seu próprio nome) é o segundo álbum da cantora – sete anos após o trabalho de estreia Liberte Esse Banzo – e marca uma nova fase na carreira.

São 11 faixas deliciosas com produção musical de Davidson Ilarindo (bateria), Felipe Rodarte, Rodrigo Ferreira (baixo) e Theo Zagrae (teclados e beats), além da própria artista,  autora de todas as músicas contando com algumas parcerias.

Nas letras, ela coloca em pauta relacionamentos afetivos além de questões sobre injustiças sociais, esgotamento mental e outros temas.

É uma costura apropriada com as influências de artistas como Mulatu Astatke e Fela Kuti (1938 – 1997), nomes que refletem claramente na potência sonora das faixas.

Além disso, ela ainda conta com participações especialíssimas como Negralha em Eu Vi na TV, Bia Ferreira em As Coisas São e Luedji Luna em Do Jeito que Tá. Ótimas aquisições para um disco tão significativo, principalmente com relação ao ativismo.

Um ativismo, aliás, que Ludom trouxe da sua estadia em Porto Rico, em meio a grandes manifestações populares naquele país, em 2021. É aqui que ela mostra ainda mais quem é.

E ela é isso: uma voz doce que clama por justiça rodeada de uma mistura musical cheia de ritmo e sensibilidade.

É como se sua voz penetrasse os ouvidos e marcasse no cérebro sua mensagem. Sem muito alarde, mas com uma precisão única.

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Jornalista, DJ e especialista em música brasileira

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