Contravenção, traição, dinheiro e assassinatos. Um enredo bastante verossímil — especialmente se você mora no Rio de Janeiro — ou se interessa por um assunto que não sai das pautas dos jornais.

Os Donos do Jogo, série que estreou no Globoplay no último dia 29, vem sendo assunto entre quem gosta de produções nacionais. A trama, dirigida por Heitor Dhalia, tem um apelo extremamente real — mesmo que os personagens e as histórias sejam fictícios.

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“É ficção, mas com um grau de verossimilhança bastante alto. Entendemos que, para traduzir um universo complexo como esse, precisávamos de uma pesquisa muito fundamentada”, disse Dhalia ao portal Exame.

Com apenas uma temporada de oito episódios, a série é facilmente “maratonável”, e isso vai além da curta extensão. Te explico o porquê:

1. O roteiro amarrado

Tudo faz sentido. Já no primeiro episódio, temos a apresentação dos principais personagens na festa de casamento de Suzana Guerra (Giullia Buscacio), filha de um dos bicheiros mais poderosos do Rio de Janeiro.
Na ocasião, ela oficializa o matrimônio com Búfalo (Xamã), ex-lutador de boxe que está prestes a entrar para a cúpula do jogo do bicho como sucessor dos Guerra.

Também são apresentados Profeta (André Lamoglia), Mirna Guerra (Mel Maia) e outros personagens importantes como Leila Fernandes (Juliana Paes), Galego Fernandes (Chico Díaz) e Laurent (Fabien Caleyre).
É a partir deles que as principais histórias se desenrolam ao longo da série, como se o primeiro episódio fosse o fio condutor.

2. Mel Maia

Esqueça a figura de Mel Maia como atriz infantil.
Em Os Donos do Jogo, ela mostra uma nova fase da carreira, completamente diferente do que estávamos acostumados, revelando o potencial que deve levá-la a outros grandes trabalhos.

3. A guerra familiar

Os Guerra, os Fernandes e os Saad são as três famílias que dominam a contravenção na trama. Através de uma “cúpula”, eles mandam, desmandam e distribuem o esquema do jogo por diferentes regiões dominadas por cada clã.
Entretanto, traição é o primeiro nome dessas famílias, e a luta por poder se torna o principal objetivo.

4. Ação

Tem tiroteio, luta, assassinato e muita ostentação.
Ao longo da série há cenas de ação de todos os tipos, mas na medida certa, sem exageros. Além disso, locações como Angra dos Reis, Marina da Glória e a Hípica do Rio de Janeiro reforçam o luxo e o dinheiro que movem a contravenção.

5. As reviravoltas

Nada é previsível na trama. Mesmo quando parece que sabemos o que vai acontecer, logo surge uma nova virada que dá fôlego à narrativa.
A direção precisa e a qualidade técnica fazem da série uma ótima opção para quem quer entender — de forma ficcional — como funciona o esquema que domina o Rio de Janeiro há décadas.
Agora é só dar o play.

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Jornalista, DJ e especialista em música brasileira

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