O mercado editorial brasileiro registrou um avanço importante em 2025. O 10º Painel do Varejo de Livros no Brasil, elaborado pela Nielsen Book e divulgado pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), confirmou que as vendas seguem em ritmo de recuperação. O estudo mostrou crescimento em volume e, sobretudo, em faturamento.
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O setor vendeu 3,83 milhões de livros no 10º período do ano, anterior ao Dia das Crianças. O faturamento chegou a R$ 197,05 milhões. O desempenho superou o mesmo intervalo de 2024, que havia registrado 3,50 milhões de exemplares e renda de R$ 176,14 milhões. As variações foram de 9,30% em volume e 11,87% em valor.

O presidente do SNEL, Dante Cid, destacou o dado mais relevante. “O crescimento de dois dígitos em valor, acima do apresentado em volume, pode indicar uma recomposição do preço médio dos livros. É uma ótima notícia para os editores diante das perdas de margem dos últimos anos”. Ele alertou para a queda da bibliodiversidade no acumulado do ano, mesmo com leve melhora recente.
A tendência positiva também aparece no resultado anual. Até 5 de outubro, o setor vendeu 44,08 milhões de livros e arrecadou R$ 2,28 bilhões. Os índices representam altas de 7,85% e 9,10% sobre 2024. Ainda assim, o ano anterior segue superior em variedade: 345.527 títulos, contra 281.621 registrados em 2025.
O diretor regional da NielsenIQ Book Brasil, Luiz Gaspar, ressaltou que o setor cresceu mesmo após a saturação dos livros de colorir. Ficção ganhou 1,16 ponto percentual e chegou a 28% do faturamento. O preço médio subiu 7,5%. Dan Brown lidera o ranking com quase 30 mil cópias, distante do segundo colocado, que soma 8 mil. Infantil e juvenil também avançaram e colocaram três títulos no Top 20 nacional.
Os números são do Nielsen Bookscan Brasil, sistema que monitora as vendas de livrarias, e-commerce e supermercados. O Painel é divulgado a cada quatro semanas e serve como referência estratégica para o setor.
Criado em 1941, o SNEL atua na articulação nacional do mercado editorial. A entidade é filiada à International Publishers Association (IPA) e ao Cerlalc, e mantém diálogo permanente com instituições públicas e privadas para fortalecer políticas do livro e da leitura no país.
