Em 1984, os músicos Chico Mello e Hélio Brandão gravaram um álbum cujo nome era o nome de ambos. Minimalista desde a capa, o disco se tornou um objeto cultuado por fãs de música experimental. Um pequeno grande clássico (quase) esquecido da música daquele período vanguardista da música contemporânea brasileira.

Quarenta anos depois, os dois se reencontram no palco do Guairinha, em Curitiba, nos dias 27 e 28 de julho, para reviver a parceria vanguardista que ajudou a definir o caminho musical de ambos. O projeto “Chico Mello e Hélio Brandão – Reencontro” é mais do que um simples show; trata-se de um acontecimento cultural e geracional.

Fusão e Vanguarda

Amigos de infância, Chico e Hélio estudaram no mesmo colégio e, no final da década de 1970, compartilhavam um interesse por jazz e música contemporânea. Isso os levou a fundar o grupo Intermedium, cujo nome refletia bem a fusão de estilos em uma época marcada por intensa experimentação e vanguardismo musical.

No final desse ciclo, gravaram o álbum independente. Produzido em Curitiba, no lendário DIR Laboratório, o álbum de seis faixas é hoje uma raridade, sendo disputado por colecionadores e vendido a preços mínimos de 100 dólares.

A música do álbum é difícil de classificar, misturando minimalismo, jazz e vanguarda contemporânea, mas proporciona uma experiência auditiva única. “Algo que me fascinava na época era a ideia de música repetitiva e economia de material, e surgiu a ideia de usar esse conceito estético”, disse Chico Mello.

Escute a faixa “Dança” do álbum de Chico Mello e Hélio Brandão de 1984:

“O pessoal do jazz achava que era ‘cabeça’ demais e o pessoal da música contemporânea achava que era muito simples.”, completou em entrevista ao programa Papo Educativa, da Rádio Educativa.

Foi esse disco que levou Chico Mello para a Alemanha, onde vive e trabalha desde 1987. Compositor, violonista, cantor e pianista de destaque internacional, Mello é conhecido por suas composições inovadoras que transitam entre a Europa e o Brasil.

Hélio Brandão, por sua vez, seguiu outros caminhos no Brasil, focando na música instrumental e no jazz, e recebeu o prêmio Trajetórias da Lei Aldir Blanc em 2020 por sua carreira de mais de 20 anos.

Participação Especial

Para enriquecer ainda mais o espetáculo, o duo convidou Leonardo Gorosito, um dos mais importantes músicos da nova geração paranaense. Sua participação promete renovar e expandir as discussões estéticas iniciadas por Chico e Hélio, contribuindo para reflexões que podem influenciar futuras gerações de músicos.

Esse reencontro, viabilizado pelo edital da Fundação Cultural de Curitiba (FCC), busca intensificar esses diálogos musicais e trazer ao público a riqueza dessas experiências.

SERVIÇO:

Apresentação: 27 e 28 de julho de 2024, às 20h
Local: Auditório Salvador de Ferrante (Guairinha)
Duração do espetáculo: 1h
Classificação: Livre
Especificações do espetáculo: Show musical
Ingressos: [lugares numerados]
Preço único: R$ 15,00

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Sandro Moser é jornalista e escritor.

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